O ministro da Defesa Nacional anunciou esta quarta-feira que o 128.º curso de Comandos começa no dia 7 de Abril e sublinhou que o número de candidaturas está ao nível da média dos anteriores.
"Não foi falhado nem um dos prazos que foram anunciados. O que não é muito usual. Os cursos vão recomeçar a 7 de Abril e depois de limpos, completados, corrigidas as omissões em alguns casos muito significativas do Referencial de curso", afirmou Azeredo Lopes.
Em resposta a uma pergunta do PSD na comissão parlamentar de Defesa, Azeredo Lopes adiantou ainda que o 128.º curso registou um número de candidaturas "pelo menos em linha com a média de candidaturas dos últimos cursos" de Comandos.
O ministro frisou ainda que as medidas tomadas pelo Exército na sequência da inspecção técnica extraordinária realizada ao curso incluíram o "reforço da avaliação do ponto de vista médico" para "prevenir a ocorrência de factos lesivos".
O relatório da Inspecção Técnica Extraordinária, concluída a 5 de Dezembro, tinha detectado dificuldades na actualização do Referencial do curso, atribuindo o atraso em parte à falta de militares com competências para o efeito.
Em Setembro de 2016, o 127º curso de Comandos ficou marcado pela morte de dois militares. O curso registou também o maior número de desistências dos últimos quatro, com 27 dos 67 formandos iniciais a decidirem abandonar a formação.
"Não será nenhum instruendo sujeito a condições que se tenham por inaceitáveis"
O ministro da Defesa garante que nunca mais um formando do curso de Comandos será sujeito a condições consideradas inaceitáveis.
Azeredo Lopes respondia assim à pergunta da Renascença sobre que quantidade de água vão poder os militares beber durante o curso, uma dúvida ainda não esclarecida, tendo em conta que no anterior curso, onde dois jovens morreram, todos apresentaram sinais de privação de água.
“Foi acautelado que não será nenhum instruendo sujeito a condições que se tenham por inaceitáveis independentemente da grande exigência que implica o treino”, disse.
As dúvidas sobre o funcionamento do próximo curso de comandos não foram esclarecidas. Certo é que começa já no dia 7 de Abril e, segundo o ministro, já tem 100 candidatos.
Cinco documentos enquadram o novo curso
O primeiro estabelece o certificado de controlo do curso. O segundo fixa a proposta e a fundamentação, definindo a duração, o regime de prestação de serviço, os pré-requisitos, os fundamentos para a exclusão e os requisitos para os formadores, nomeadamente técnico-científicos e pedagógicos.
O terceiro documento define o perfil profissional dos formandos e as funções que aqueles que concluam o curso com sucesso podem vir a assumir e o quarto documento especifica as necessidades de formação face aos perfis profissionais.
Por último, o Referencial aprovado pelo CEME fixa o "perfil da avaliação", que permitirá avaliar as expectativas e o desempenho de todos os intervenientes directos no processo de formação.
O relatório da Inspecção Técnica Extraordinária, concluída a 5 de Dezembro, tinha detectado dificuldades na actualização do Referencial do curso, atribuindo o atraso em parte à falta de militares com competências para o efeito.
[actualizado às 19h45]