Cisjordânia acorda com dois murais de Trump
04-08-2017 - 15:49

Os novos desenhos surgiram em Belém, cidade palestiniana separada de Israel por uma barreira de betão.

Dois murais com o Presidente norte-americano, Donald Trump, em ponto grande surgiram esta sexta-feira no muro que separa Israel da Cisjordânia, a poucos metros do local onde o artista britânico Banksy abriu um hotel com pinturas suas.

Os novos desenhos surgiram em Belém, cidade palestiniana onde a barreira é uma parede de betão.

As caricaturas de Trump apresentam semelhanças com obras mais antigas de Banksy, mas são atribuídos a LushSux, um artista de Melbourne, na Austrália.

Uma das cenas apresenta Donald Trump a abraçar e a beijar uma verdadeira torre de vigia do exército israelita, embutida na parede, enquanto o braço esquerdo contorna a torre. Pequenos corações cor-de-rosa flutuam a partir da boca de Trump.

Noutro desenho, o Presidente norte-americano é representado usando um quipá, a tradicional boina judaica, e pousando a mão numa parede - uma cena retirada da visita de Donald Trump, em Maio, ao Muro Ocidental de Jerusalém, um dos locais sagrados do Judaísmo.

Num "balão de pensamento" de banda desenhada pode ler-se: "Vou construir-te um irmão", numa possível referência aos planos de Trump para erigir um muro entre os EUA e o México.

Foto: Abed Al-Hashlamoun/EPA

O novo 'graffiti' está a poucos metros do Walled Off Hotel, uma casa de hóspedes dirigida por palestinianos, que abriu no início deste ano e que é descrita, de forma sarcástica, como tendo a "pior vista do mundo".

O hotel de nove quartos foi decorado com os murais políticos de Banksy, incluindo um pintado no chamado "quarto de Banksy", que ilustra um palestiniano e um israelita numa luta de almofadas.

Banksy fez anteriores incursões nos territórios palestinianos. Numa visita secreta, pintou uma menina a ser puxada para cima por balões, na barreira junto à qual se encontra agora o seu projecto actual.


No ano passado, acredita-se que terá entrado furtivamente em Gaza para pintar quatro murais de rua, um dos quais numa porta de metal, que retrata a deusa grega Niobe encolhida junto aos escombros de uma casa destruída.

A pintura, intitulada "Danos de uma bomba", foi desenhada na parte restante de uma casa de dois andares, que foi destruída na guerra de 2014.

Os trabalhos satíricos do artista - ratos, polícias a beijarem-se, polícias de choque com caras de 'smileys' amarelos - apareceram inicialmente em paredes de Bristol, antes de se espalharem por Londres e depois pelo resto do mundo.

As obras de arte de Bansky reflectem temas como a guerra, a pobreza infantil e o meio ambiente.

[notícia actualizada às 21h44]