O Presidente da Federação Portuguesa de Futebol apresentou na segunda-feira ao país o novo seleccionador nacional, depois da escolha já conhecida do nome de Roberto Martinez, um catalão de 49 anos de idade, que se manteve, até há pouco e durante seis anos, à frente da principal selecção da Bélgica.
Muito embora não se lhe conheçam serviços relevantes em clubes por onde passou, tanto como jogador como treinador, o técnico espanhol conheceu na Bélgica o apogeu da sua carreira até aqui.
Em meia dúzia de anos de trabalho, conduziu o futebol belga à condição de líder do ranking mundial durante quatro anos, sem que, no entanto, tenha alcançado qualquer título no decorrer desse período.
Não obstante, a Bélgica chegou ao terceiro lugar no Mundial de 2018, aos quartos-de-final no Campeonato da Europa de 2020, e na Liga das Nações à quarta posição em 2021.
No mais recente Campeonato do Mundo, disputado no Qatar, não passou da fase de grupos, tendo deixado, no total, um registo de 70 por cento de vitórias em todos os desafios que disputou, enquanto Fernando Santos, por exemplo, não foi além de 61 por cento.
Roberto Martinez é o terceiro seleccionador estrangeiro a trabalhar no futebol português.
Em 1966, Otto Glória conduziu a nossa selecção ai terceiro lugar do Mundial de Inglaterra, enquanto outro brasileiro, Luis Filipe Scolari foi responsável pela chegada à final do Europeu de 2004 que, no entanto, viria a perder perante a Grécia por 1-0, no estádio da Luz.
A seguir, foi igualmente o responsável pelo quarto lugar no Mundial de 2006, na Alemanha.
À volta de Roberto Martinez passa agora a estar criada uma enorme expectativa.
Depois de Fernando Santos, o mais titulado seleccionador português, com uma vitória no Europeu e outro na Liga das Nações, apresenta-se pesada a herança para o técnico espanhol de Balaguer, na Catalunha.
Revelando conhecer bem o futebol português, Martinez manifestou, na sua apresentação na cidade do futebol, disponibilidade para abrir sempre espaço aos jovens jogadores, dialogando com todos em cada momento, e manifestando também o propósito de estar muito atento ao rendimento de Cristiano Ronaldo dentro do campo, dando-lhe todas as oportunidades que a sua condição venha a justificar.
À partida, não existem razões de nenhuma espécie para se deixar de confiar no novo seleccionador nacional.
Os resultados falarão por si. E a sua tarefa começa já no mês de Março, quando a selecção portuguesa tem no calendário os primeiros dois jogos da fase de qualificação para o Campeonato da Europa de 2024.
Por isso, as aves agoirentas, sempre disponíveis para encetar o jogo do descrédito, sejam quais forem os protagonistas e as suas circunstâncias, que respeitem algum silêncio para não correrem o risco de vir a cair no ridículo.