Apesar de as entradas de imigrantes e refugiados na Europa terem diminuído nos últimos dois anos, a bandeira preferida dos políticos xenófobos e de extrema-direita (ou quase) continua a ser travar a imigração. No passado dia 12, reuniram-se em Innsbruck, Áustria, país que neste semestre preside à UE, os ministros do Interior da Alemanha (Seehofer, aquele da democracia-cristã da Baviera, que desafiou Merkel), da Itália (Salvini, líder da Liga e verdadeiro patrão do governo italiano) e da Áustria (Kickl, do partido de extrema-direita que integra o governo austríaco, que durante este semestre preside à UE). São o chamado “eixo anti-imigração” da UE. Mas não se entenderam quanto a medidas concretas. Comentou o ministro dos Negócios Estrangeiros do Luxemburgo, Jean Asselbom, que as ideias daqueles ministros “não deveriam ser discutidas entre europeus civilizados”.
Infelizmente, a xenofobia está na moda na Europa. Entretanto, o Japão, país tradicionalmente muito fechado a estrangeiros, começa a dar sinais de maior abertura a imigrantes. Agora vivem no Japão apenas 1.300 mil estrangeiros, 2% da população residente no país, contra, por exemplo, 16% em França. Os estrangeiros no Japão são sobretudo chineses, mas também vietnamitas, nepaleses, etc. Só que o envelhecimento da população japonesa é muito acentuado, o que leva a que haja 60% mais ofertas de emprego do que pessoas à procura de trabalho. Ou seja, falta mão-de-obra. Nos últimos vinte anos, o número de trabalhadores de idade até 30 anos diminuiu um quarto no Japão.
Por isso, o governo de Tóquio aceita agora, pela primeira vez, admitir mais imigrantes, incluindo trabalhadores não qualificados. Curiosamente, as gerações mais jovens mostram-se favoráveis à entrada de estrangeiros, nomeadamente para trabalharem em sectores como a agricultura, a construção civil, a construção naval, a enfermagem, etc. A evolução demográfica da sociedade japonesa obriga a esta abertura. E o aumento do turismo estrangeiro no Japão tem contribuído para uma maior aceitação dos estrangeiros pelos japoneses.
Mas não será fácil integrar estrangeiros numa sociedade secularmente fechada como é a japonesa, com uma cultura muito própria. Nem o governo do país deu passos significativos, por enquanto, para facilitar essa integração.