Os colégios privados estão com as vagas esgotadas para novas inscrições, no Porto e Lisboa.
O diretor-executivo da Associação de Estabelecimentos de Ensino Particular e Cooperativo (AEEP), Rodrigo Queiroz e Melo, admite à Renascença que os problemas nas escolas do setor público podem estar a influenciar a decisão final das famílias.
“Quanto menos satisfeitas as pessoas estiverem mais procuram alternativas. Não sabemos quão determinante é, mas é razoável supormos, especialmente em famílias que até já tinham alguma preferência por algum projeto educativo concreto do ensino particular e cooperativo, que a instabilidade que se tem vindo a sentir nos últimos anos possa ajudar a tomar a decisão final”, afirma Rodrigo Queiroz e Melo.
Para além das problemáticas nas escolas públicas, como a falta de professores e más condições, o diretor-executivo aponta a evolução demográfica como um “fator determinante” para novas inscrições.
“Para além de famílias que sempre procuraram o ensino privado, há cada vez mais investimento na educação dos filhos. Parece-nos que até que a própria evolução demográfica leva a não só menos crianças por família, infelizmente, mas até menos crianças per família alargada. Portanto, é um fenómeno onde mesmo famílias que não têm tanta capacidade financeira têm já os avós e os pais a contribuir”, explica.
De acordo com o responsável, este “fenómeno” tem acontecido especialmente nos grandes centros urbanos, como Porto e Lisboa, onde a “procura é maior”. É uma “pressão que se tem vindo a sentir nos últimos anos”, embora a “oferta tenha aumentado”.
Rodrigo Queiroz e Melo garante que o “setor privado como um todo” tem capacidade para acolher todos os novos alunos, e espera que a “nova diversidade de perfis” nas escolas privadas “enriqueça o setor”.