Domingos Paciência passa o testemunho de último português, nascido a Portugal, a vencer o troféu de melhor marcador do campeonato a Pedro Gonçalves, com a crença de que o médio do Sporting merece ir ao Euro 2020.
O feito de Domingos Paciência, antigo avançado do FC Porto e da seleção nacional, e atual comentador Bola Branca, durava há um quarto de século, desde 1996. Com os 23 golos marcados na Liga 2020/21, Pedro Gonçalves sucede-lhe no trono português dos goleadores. Um feito que pode valer uma chamada à seleção nacional.
“É natural que, nesta altura, Fernando Santos olhe de outra forma para Pedro Gonçalves. Sendo o melhor marcador português, à partida daria direito a estar na seleção AA. Contudo, temos de ter consciência do leque de opções que o selecionador tem para a frente de ataque. Não será fácil inserir o Pedro Gonçalves, mas seria justo e natural se o convocasse, porque é o melhor marcador do campeonato português”, sustenta, em entrevista a Bola Branca.
Domingos Paciência ficou "feliz" por ver o seu recorde ser batido, "porque já estava na hora de acontecer", nem que seja para não se sentir velho:
"É uma felicidade ver um português a suceder-me 25 anos depois. É um jogador que merece pelo que fez esta época. Vinte e cinco anos é muito tempo e quando se falava nisso já me fazia sentir um pouco velho. Ainda bem que apareceu outro português a ganhar o troféu de melhor marcador do campeonato e se deixe de falar nesse feito de há 25 anos."
Um jogador que pisa o campo "de forma diferente"
Pedro Gonçalves bateu, na última jornada do campeonato, a concorrência de Seferovic, ao apontar, em Alvalade, três golos ao Marítimo.
O médio-ofensivo, de 22 anos, apontou mais oito golos que os terceiros classificados da lista, Mário Gonzalez (Tondela) e Taremi (FC Porto). Domingos Paciência acredita que Pedro Gonçalves "merece o troféu porque foi regular e ajudou o Sporting em momentos decisivos".
"Pisou sempre de forma diferente o campo. Não é aquele jogador pesado que se nota ser de área. É um jogador que pisa leve, procura espaço e é expedito na forma como aborda as zonas de finalização. Pedro Gonçalves tem todo o mérito e a conquista deste troféu é justa”, considera o antigo avançado internacional português, em entrevista à Renascença.