Veja também:
- Todas as notícias sobre a pandemia de Covid-19
- Guias e explicadores: as suas dúvidas esclarecidas
- Boletins Covid-19: gráficos, balanços e outros números
- Os últimos números da pandemia em Portugal e no mundo
O líder do PSD diz que não é da sua conta quem é que o Governo chama para colaborar na elaboração do plano de recuperação da economia, mas avisa que só debate com ministros. Rui Rio mostra-se admirado com a ideia de que Portugal precisa de mais Estado.
"Se Governo quer fazer um plano a longo prazo de desenvolvimento estratégicos da economia portuguesa, acho bem. Quem é que chama a colaborar? Não é da minha conta. Desde que depois o relacionamento direto não seja com essa pessoa", disse esta segunda-feira Rui Rio à margem de uma visita a um colégio do Porto.
O presidente do PSD disse que "não tem rigorosamente nada contra nem a favor que o Governo ausculte quem quer que seja e encomende o trabalho a quem quer que seja", mas deixou claro que "no momento de conversar, os interlocutores do Governo têm de ser os ministros".
"Se nas reuniões o engenheiro Costa e Silva estiver também não tenho nada contra. Mas não é o interlocutor para os partidos da oposição e para a Assembleia da República", disse Rui Rio.
Questionado sobre se considera que o convite a Costa e Silva pode antever uma remodelação no Governo, Rui Rio, não quis comentar diretamente a questão, tendo dito apenas e sem acrescentar nomes ou pormenores: "Intuímos que possa vir a acontecer em breve".
O primeiro-ministro confirmou domingo que convidou o gestor da petrolífera Partex António Costa e Silva para "coordenar a preparação do Programa de Recuperação Económica", trabalho que deverá estar concluído até à aprovação do Orçamento Suplementar.
De acordo com o gabinete do primeiro-ministro, o convite foi aceite "como contributo cívico e `pro bono´" e o gestor tem estado a trabalhar nessa missão nas últimas semanas, "enquanto os membros do Governo estão concentrados, nesta fase, no Programa de Estabilização Económica e Social e no Orçamento Suplementar".
"Mais Estado na economia?"
Rui Rio, disse estar "admirado" com a ideia de que o país precisa de mais Estado, uma vez que do seu ponto de vista "não pode se pode ter Estado por todo o lado".
"Mais Estado na economia? Fiquei admirado com uma coisa dessas porque o que precisamos é de justamente de menos Estado no nosso dia a dia e na nossa vida. Um coisa é ser social-democrata como sou e outra é haver Estado a mais e Estado a mais já vai para lá daquilo que a ideologia que defendo. Não sou liberal, mas não podemos ter o Estado por todo o lado", disse o líder do PSD.
Rui Rio comentou assim as declarações de António Costa e Silva, ao qual foi pedido pelo Governo de António Costa um estudo sobre a recuperação da economia, à RTP em que defendeu "mais Estado na economia" para proteger as empresas e o emprego.
"Não acho que seja esse o caminho, mas vamos ver o que vai sair desse plano. Vamos apresentar as nossas ideias para a recuperação económica e assentam muito mais na atividade privada e no investimento privado, do que em mais Estado, mais impostos, mais despesa pública", comentou o presidente social-democrata.
Convidado a cometar uma das ideias já expressas por António Costa e Silva, que vai ao encontro do reforço do Serviço Nacional de Saúde (SNS), Rui Rio frisou que esse é "obviamente" um objetivo "sempre importante", mas apontou: "não basta reforçar, é preciso conseguir melhor gestão do SNS".