Um acordo simples e rápido é o que os conselhos nacionais de PSD e CDS - os dois partidos da Coligação Portugal à Frente (PàF), que venceu as legislativas de domingo - devem aprovar esta terça-feira, à noite. O acordo de governo negociado entre José Matos Correia, do PSD, e Pedro Mota Soares, do CDS, será “simples, dado que o programa da Coligação é conhecido”, disse à Renascença, um dirigente da PàF.
Estes foram os dois nomes mandatados pelas direcções dos respectivos partidos para negociar um acordo anunciado por Pedro Passos Coelho, logo na noite eleitoral. Esta terça-feira, o texto será apreciado pelas comissões políticas e, à noite, pelos conselhos nacionais, órgãos máximos dos partidos entre congresso.
A Renascença sabe que esse acordo reafirma explicitamente o propósito de PSD e CDS formarem governo em resultado das eleições legislativas. Em termos programáticos, será apenas o desenvolvimento político do acordo eleitoral que levou à formação da coligação para que os dois partidos do actual governo fossem juntos a eleições.
Está, assim, dado o sinal da rapidez com que Passos Coelho e Paulo Portas querem conduzir este processo. Também o Presidente da República deu esse sinal de rapidez ao convocar já para esta terça-feira um encontro com o líder do partido com mais deputados, o PSD.
Mas também está dado o sinal de que é para manter e, se possível, aumentar a pressão sobre o PS. Assim o faz a nota à imprensa do PSD enviada às redacções na segunda-feira à noite, depois da reunião da comissão permanente do partido. Nessa nota, a direcção do PSD anuncia que analisou os resultados eleitorais e que estes “conferiram uma vitória clara à coligação PaF e responsabilizam os maiores partidos portugueses numa cultura de compromisso”.
No mesmo sentido, foi a reunião da comissão executiva do CDS, que promete “levar muito a sério o discurso da noite eleitoral”. Fonte centrista disse à Renascença que é preciso saber ler os resultados e ver neles que “o povo quis dar governo à coligação, mas também quer mais sinais e práticas de compromisso”. O mesmo dirigente diz que o CDS tem o propósito de governar por mais quatro anos e procurará “os compromissos necessários para dar estabilidade ao mandato e confiança à economia”.
Esta terça-feira, também o PCP vai analisar os resultados eleitorais em reunião do Comité Central e o PS tem reunião da comissão política, para o mesmo efeito. Mas a reunião socialista servirá já também para marcar o congresso que, de acordo com os estatutos, têm de realizar-se depois de eleições legislativas.