Um novo estudo aponta que um em cada dez jovens foi vítima de cyberbullying muito frequentemente.
O trabalho do Centro de Investigação e Intervenção Educativas (CIIE) refere que um em cada 12 jovens admite ter perpetrado cyberbullying com muita frequência, com recurso à partilha de algo privado da vítima, assédio ou comentários rudes ou maldosos.
Jovens mais velhos, do sexo masculino e com mais baixo estatuto socioeconómico apresentam uma maior propensão para comportamentos agressivos online.
A investigação encabeçada por Mariana Rodrigues da Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da U.Porto (FPCEUP) indica,ainda que quase um terço dos 1.262 jovens inquiridos admitem não ajudar uma vítima, quando testemunham episódios de cyberbullying.
Mais de 14% dos jovens nunca ou raramente conversa sobre os perigos da Internet com a família e 32,5% não fala com outros amigos sobre situações desagradáveis que podem viver online.
Verificou-se que as experiências de perpetração e vitimização por cyberbullying são fenómenos que se retroalimentam. Existe uma forte correlação entre ambas experiências, que tendem a aumentar simultaneamente. A vítima transforma-se em agressor e o agressor em vítima, num círculo vicioso", diz Mariana Rodrigues.
O cyberbullying trata-se do "recurso à tecnologia com o intuito de assediar, ameaçar, provocar ou humilhar uma pessoa de forma intencional e continuada. O fenómeno, que per se não constitui crime na Lei Penal portuguesa, é particularmente sensível para as gerações jovens, mais recetivas (e simultaneamente mais vulneráveis) a interações on-line e à exposição a conteúdos potencialmente danosos", lê-se, em comunicado da FPCEUP.
Os 1.262 jovens inquiridos têm idades compreendidas entre os 11 e os 21 anos, sendo 50,4% do sexo masculino.