O exército alemão vai dar início na próxima semana à instrução de soldados ucranianos na operação dos carros de combate 'Leopard 2' na base militar de Munster (norte do país), revelou este domingo a revista Der Spiegel.
Segundo a revista alemã, os primeiros militares a receber formação já se encontram na Alemanha e parte deles vem da frente de batalha, perto da cidade de Bakhmut.
O exército alemão organizou um programa de instrução acelerado em que os soldados aprendem as bases fundamentais do uso dos 'Leopard 2' e as possibilidades de combinar a ação com a dos blindados de defesa 'Marder'.
Também em Munster, os soldados ucranianos já estão a receber instrução no uso dos 'Marder'.
A instrução acelerada transmitirá apenas o essencial, uma vez que o treino no uso dos carros de combate 'Leopard 2' dura vários anos.
Segundo os planos do exército alemão, os militares deverão regressar à frente de combate, já com a instrução feita e com os carros de combate em fins de março.
Segundo a Der Spiegel, desde o início da guerra, 1.500 soldados ucranianos receberam instrução na Alemanha sobre o uso de sistemas de defesa antiaérea, dos blindados de defesa 'Marder' ou dos morteiros 'Panzerhaubitze 2000'.
Em 25 de janeiro, o Governo alemão definiu a disponibilização de 14 dos seus 62 'Leopard 2', enquanto mais carros de combate serão fornecidos por outros aliados.
A guerra resultante da invasão da Ucrânia pela Rússia em 24 de fevereiro causou até agora a fuga de mais de 14 milhões de pessoas -- 6,5 milhões de deslocados internos e mais de oito milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Neste momento, pelo menos 17,7 milhões de ucranianos precisam de ajuda humanitária e 9,3 milhões necessitam de ajuda alimentar e alojamento.
A invasão, justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia, foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para Kiev e com a imposição de sanções políticas e económicas a Moscovo.
A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra 7.155 civis mortos e 11.662 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.