O Papa Francisco considera que o massacre da população cristã arménia, ocorrido há 100 anos, foi o “primeiro genocídio do século XX”.
Na missa deste domingo de manhã na Basílica de S. Pedro, o Papa recordou a “matança sem sentido” de mais de um milhão de arménios pelo império Otomano, entre 1915 e 19717
A Turquia admite que muitos cristãos arménios morreram durante o conflito de há um século, mas nega a existência de um genocídio.
O Papa também não esqueceu outras duas tragédias humanas: as que foram cometidas pelo nazismo e pelo estalinismo, nem esquecendo outros extermínios dos tempos actuais.
Francisco voltou a lembrar os crimes de que os cristãos são vítimas nos dias de hoje e falou numa “terceira guerra mundial combatida aos pedaços”.
“Assistimos diariamente a crimes hediondos, a massacres sangrentos e à loucura da destruição. Ainda hoje, infelizmente, ouvimos o grito, abafado e descurado, de muitos dos nossos irmãos e irmãs indefesos que, por causa da sua fé em Cristo ou da sua pertença étnica, são pública e atrozmente assassinados – decapitados, crucificados, queimados vivos – ou então forçados a abandonar a sua terra. Também hoje estamos a viver uma espécie de genocídio, causado pela indiferença geral e colectiva, pelo silêncio cúmplice”, declarou o Bispo de Roma.
Na abertura da missa em memória dos arménios massacrados há 100 anos, o Papa disse que o mundo tem que aprender com os erros do passado.
“Parece que a família humana se recusa a aprender com os seus próprios erros causados pela lei do terror e, assim, ainda hoje há quem procure eliminar os seus semelhantes, com a ajuda de alguns e o silêncio cúmplice de outros que permanecem espectadores. Ainda não aprendemos que a guerra é uma loucura, um inútil massacre”, lamentou Francisco.
No final da missa, Francisco entregou uma mensagem ao povo armeno desejando “que a memória desta tragédia nos livre de cair em semelhantes horrores” e “que todos os responsáveis das nações e organizações internacionais se oponham a tais crimes, com responsabilidade e sem ceder a ambiguidades ou conluios”.
O Papa pede também a Deus “que se retome o caminho da reconciliação entre o povo armeno e o povo turco e que a paz regresse a Nagorno-Karabakh.
[notícia actualizada às 10h35]