"É preciso que alguém o dia nesta data e neste lugar: a nossa democracia, não só não está garantida, como vive o momento de maior risco desde a revolução". Rui Tavares, do Livre, foi o primeiro a discursar na sessão solene do 49.º aniversário do 25 de Abril, na Assembleia da República e fez questão de deixar um alerta para "tudo o que podemos perder".
"Não é inédito. Nenhuma democracia é perfeita. Todos têm os seus inimigos, mais ou menos inteligentes, mais ou menos assumido. Não é sequer difícil esvaziar uma democracia", alerta.
A maior ameaça poderá vir dos "novos autoritários", que não têm "coerência", "a não ser a vontade desmedida de mandar". "Qualquer coerência seria um entrave a essa vontade", assegura Rui Tavares, que relembrou a invasão do capitólio, no Brasil, e diz que os que se dizem "mais conservadores" demonstram-se "incapazes de aceitar a mais mínima crítica" e, na rua, "misturam suspeitos de crimes e políticos comuns". "Se, um dia, uma mão mais transtornada passar ao ato, negarão qualquer culpa, mas também teremos tido uma: que é termos mantido o silêncio", remata.