Esquerda fala de uma "linha de continuidade" do PS "que não responde aos problemas" do país
07-01-2024 - 15:23
 • Beatriz Pereira , Manuela Pires

O Bloco de Esquerda defende que "há ainda muito caminho" para "enterrar o passado negativo do governo de António Costa, de maioria absoluta". PCP fala na necessidade de "alternativa política".

Os partidos de esquerda reagiram, este domingo, ao discurso de Pedro Nuno Santos, no encerramento do 24.º Congresso do Partido Socialista (PS), referindo que o partido mostra uma "linha de continuidade que não responde aos problemas" do país.

Em declarações aos jornalistas na Feira Internacional de Lisboa (FIL), Ricardo Costa, da Comissão Política do Comité Central do Partido Comunista, diz ser necessário "alternativa política que responda à questão dos salários, do aumento das pensões, do combate ao aumento do custo de vida, às questões da habitação e da defesa do Serviço Nacional de Saúde".

"Vimos alguém a falar como se tivesse acabado de chegar ao poder", referiu.

Sobre a proposta anunciada por Pedro Nuno sobre o aumento do salário mínimo nacional para mil euros em 2028, Ricardo Costa defende que é uma "questão primordial", mas não entende a razão pela qual será só daqui a quatro anos.

"Aquilo que consideramos é que era fundamental [para] já, é uma questão de importância para a vida de quem trabalha, é a valorização do seu trabalho", diz.

Do lado do Bloco de Esquerda (BE), Luís Fazenda também considerou que o congresso revelou "a continuidade do legado do Governo da maioria absoluta" e que o aumento do salário mínimo nacional é insuficiente.

"Mesmo a proposta hoje aqui anunciada de mil euros de salário mínimo para daqui a quatro anos corresponde a um ritmo de crescimento menor do salário mínimo do deste ano. Portanto é muito pouco", afirmou.

Fazenda defende que "há ainda muito caminho para andar, discutir, confrontar políticas e sobretudo para enterrar esse passado negativo do governo de António Costa, de maioria absoluta".

Do partido Livre, Isabel Mendes Lopes diz que o partido quer fazer parte de uma maioria de esquerda, acreditando que nestas eleições, no dia 10 de março, vai ser "muito claro a escolha se Portugal vai ter uma maioria de esquerda ou de direita".