A comunidade autónoma da Galiza ainda não recebeu nenhum pedido de auxílio do Estado português para acolhimento e tratamento de doentes infetados com o novo coronavírus, mas está disponível para colaborar, garante Alberto Núñez Feijóo, presidente da Comunidade autónoma da Galiza, em declarações à Renascença esta quinta-feira.
“Gostaria que Portugal atravessasse esta onda pandémica com o menor dano possível. Posso assegurar que, em função das nossas possibilidades, em função do que nos solicitem, claro, consideraríamos alguma proposta concreta de material ou de colaboração”, assegura.
O governante adianta ainda que a Galiza não recebeu “nenhum pedido formal do Governo português em relação a uma colaboração na capacidade de resposta dos serviços de saúde.”
Na quarta-feira, foi noticiado, pelo jornal “La Voz de Galicia”, que Portugal havia iniciado movimentações para transferir doentes da Unidade de Cuidados Intensivos, de Viana do Castelo, para Vigo. A notícia foi, todavia, desmentida pelo Conselho de Administração da Unidade Local de Saúde do Alto Minho (ULSAM).
Apesar de a Galiza ser um território “especialmente unido a Portugal há séculos”, qualquer pedido de ajuda internacional deve ser tratado “entre estados, entre o estado espanhol e português”, diz Alberto Núñez Feijóo.
Na segunda-feira, a ministra da Saúde Marte Temido revelou o Governo está a “acionar todos os mecanismos” à sua disposição a nível internacional, face à situação da pandemia, com objetivo de garantir a melhor assistência aos doentes Covid-19, assumindo que estão a ser "equacionadas formas de obter auxílio" externo.
“O Governo português está a acionar todos os mecanismos de que dispõe, designadamente no quadro internacional, para garantir que presta a melhor assistência aos utentes”, disse.
Na quarta-feira, o secretário de Estado da Saúde, António Lacerda Sales, em declarações à Renascença, disse que o pedido de ajuda internacional para o combate à Covid-19 em Portugal já está a ser articulado de forma informal por vários ministérios do Governo de António Costa.
“Formalmente, estamos ainda a utilizar o nosso limite e capacidade de expansão. Sei que há contactos informais entre ministérios no sentido de fazermos planeamento e prepararmos cenários. Neste momento, estamos a planear e preparar cenários para responder às necessidades dos portugueses da melhor forma”, disse.
A Renascença remeteu questões ao Ministério da Saúde espanhol sobre este tema, mas, até ao momento, ainda não obteve resposta.