Reabertura da fronteira com Espanha assinalada com hinos e palmas
01-07-2020 - 12:00
 • Renascença com Lusa

Devido à pandemia de Covid-19, a fronteira luso-espanhola esteve encerrada durante três meses e meio, entre os dias 17 de março e 30 de junho.

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A reabertura da fronteira entre Portugal e Espanha foi hoje assinalada pelos chefes de Estado e de Governo dos dois países, em cerimónias em Badajoz e Elvas, com hinos nacionais e palmas, sem discursos oficiais.

As cerimónias tiveram início pelas 9h45 de Portugal (10h45 em Espanha), no Museu Arqueológico situado na Alcáçova de Badajoz, e terminaram cerca de uma hora e meia depois, no Castelo de Elvas, no distrito de Portalegre.

Em cada um dos lados da fronteira, foram executados os hinos português e espanhol, perante o Presidente da República de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, o rei de Espanha, Felipe VI, do primeiro-ministro português, António Costa, e o chefe do Governo espanhol, Pedro Sánchez.

Devido à pandemia de Covid-19, por decisão conjunta, a fronteira luso-espanhola esteve encerrada durante três meses e meio, entre os dias 17 de março e 30 de junho, com pontos de passagem exclusivamente destinados ao transporte de mercadorias e a trabalhadores transfronteiriços.

Na Alcáçova de Badajoz, os chefes de Estado e de Governo ouviram os dois hinos nacionais, executados pela Orquestra da Estremadura, dispostos num estrado, com bandeiras de Portugal e de Espanha por trás, e no final bateram palmas.

Em seguida, Marcelo Rebelo de Sousa, Felipe VI, António Costa e Pedro Sánchez colocaram máscaras de proteção e caminharam alguns metros até à beira da fortaleza, voltando-se para Portugal.

Abaixo, estava um grupo de espanhóis que gritavam pela República, enquanto outros, situados no outro lado da praça, exclamavam "viva o rei".

A cerimónia em território espanhol terminou com os chefes de Estado e de Governo dos dois países ibéricos a posar para uma "fotografia de família", perante dezenas de repórteres de imagem.

Uma cerimónia idêntica realizou-se, mais tarde, no Castelo de Elvas, onde Marcelo Rebelo de Sousa, Felipe VI, António Costa e Pedro Sanchéz fizeram um curto percurso a pé, com um desvio para cumprimentar algumas pessoas que lhes acenavam, contidas por baias.

Em Elvas, foi a Banda da Armada que executou os hinos nacionais dos dois países e no final os chefes de Estado e de Governo voltaram a bater palmas.

A cerimónia em território português ficou concluída com uma nova "foto de família" num miradouro de onde se avista Espanha, junto ao qual os quatro conversaram mais longamente, e por momentos sem máscara.

Marcelo lembra Dia da Região Autónoma da Madeira

O Presidente da República realçou que a autonomia regional é "uma das mais felizes e mais frutuosas realizações do Portugal democrático", considerando que "é um elemento de coesão nacional" que "sana conflitos em vez de os fomentar".

Marcelo Rebelo de Sousa assinalou o Dia da Região Autónoma da Madeira e das Comunidades Madeirenses dispersas pelo mundo com uma mensagem publicada no 'site' da Presidência, numa altura em que estava a participar numa cerimónia bilateral com o rei de Espanha, em Elvas e Badajoz, para marcar a reabertura das fronteiras terrestres entre os dois países.

"Oficialmente, as comemorações restringem-se à Região Autónoma, mas, em substância, esta é uma celebração de Portugal inteiro. Porque a autonomia regional, que hoje assinalamos, foi uma das mais felizes e mais frutuosas realizações do Portugal democrático", assinala o chefe de Estado.

Na ótica do Presidente da República, "a autonomia da Madeira e dos Açores é um elemento de coesão nacional, um traço de união entre os portugueses, que une em vez de separar, que sana conflitos em vez de os fomentar".

"Orgulho-me de, quer como constituinte, em 1975-1976, quer como um dos responsáveis políticos pelas revisões constitucionais de 1982 e de 1997, ter-me batido desde a primeira hora pela autonomia das regiões insulares e pelos legítimos interesses e anseios de madeirenses e de açorianos", vinca.

Marcelo Rebelo de Sousa assinala também que "a experiência autonómica, prevista desde a versão originária da Lei Fundamental de 1976 e enriquecida em revisões constitucionais posteriores, tem sido um fator absolutamente crucial para o desenvolvimento económico e social da Madeira e de Porto Santo e para a significativa melhoria das condições de vida das suas populações"."

Na mensagem divulgada saúda "muito calorosamente o povo da Região Autónoma da Madeira" e agradece "o extraordinário exemplo de coragem e de força que têm dado".