A Câmara Municipal quer rever o contrato de concessão do Estádio Cidade de Coimbra com a Académica, após o clube ter descido à Liga 3, para potenciar a infraestrutura com outros usos, seja provas desportivas ou eventos culturais.
“Temos vindo a falar com os responsáveis, não só pela fase negra [que o clube passa], mas também por questões que têm que ser reajustadas nomeadamente o contrato de concessão do Estádio Municipal”, disse o vereador da Câmara de Coimbra com a pasta do desporto, Carlos Lopes, que falava aos jornalistas no final da reunião do executivo, que decorreu esta segunda-feira.
Segundo o responsável, a discussão da renovação da cedência do estádio só seria feita em 2024, de acordo com o contrato de concessão, mas surgiu “um entendimento de ambas as partes de haver necessidade, não só pela situação atual, mas por aquilo que representa a infraestrutura, de se sentarem para pensar já nisso”.
O objetivo passa por na próxima época desportiva, já estar acertado um novo acordo que permita potenciar o estádio e agilizar processos.
Questionado sobre como é que isso irá acontecer e se o estádio passará para a posse do município, Carlos Lopes optou por se escusar a esclarecer esse ponto, referindo que os reajustamentos apenas serão feitos após as eleições na Académica, marcadas para maio.
Confrontado pela agência Lusa sobre qual a intenção do município para o espaço, Carlos Lopes referiu que o objetivo da autarquia passa por dar “à infraestrutura outras valências”, tais como acolher provas de outros desportos que não o futebol, estando a Câmara de Coimbra a trabalhar com a Federação de Atletismo para “aproveitar e dinamizar aquelas pistas que têm condições internacionais”.
“Não descurando a vertente desportiva, que é o forte e o que queremos potenciar, mas temos que também encontrar soluções que passem por eventos musicais, eventualmente”, notou o vereador.
Sobre se essa revisão de contrato levará a uma redução de encargos, Carlos Lopes salientou que a Câmara de Coimbra irá fazer “tudo o que for legal” para agilizar “e ir ao encontro das carências da Académica”.
Confrontado sobre a possibilidade da entrada de um investidor privado no clube, o vereador esclareceu que essa situação poderia obrigar o município a rever a sua relação com aquele clube da cidade.
Na reunião de Câmara, o vereador da oposição Carlos Cidade (PS) também defendeu que o acordo de utilização do Estádio Cidade de Coimbra tem de ser alterado, por o seu contexto ter uma base que “nada tem a ver com o que se vai agora passar”.
“O contributo da Câmara de Coimbra passa obrigatoriamente pela revisão do acordo de utilização do Estádio Cidade de Coimbra”, apontou, considerando que essa revisão poderá ajudar a Académica “a ultrapassar rapidamente as dificuldades”.
No sábado, foi confirmada a descida da Académica à terceira divisão, a primeira vez que tal acontece naquele histórico do futebol nacional.