As consequências da paragem económica no país já começam a ser visíveis do espaço. Ao longo das últimas semanas, observou-se uma redução de 80% das emissões de dióxido de nitrogénio (NO2) para a atmosfera na cidade de Lisboa. No Porto, a diminuição chega aos 60%.
As imagens captadas por satélite foram divulgadas pelo Observatório da Terra do AIR Centre, sediado nos Açores. Para os investigadores, esta evolução é particularmente benéfica para reduzir a probabilidade de afetar pessoas com problemas respiratórios.
“De certa forma, pode também vir a ajudar a mitigar o impacto deste surto. Sabe-se que o dióxido de nitrogénio está relacionado com o aumento da probabilidade de problemas respiratórios”, explica à Renascença o responsável pelo laboratório do AIR Centre, Pedro Silva.
Afinal, a inalação por dióxido de azoto está relacionada com o aumento da probabilidade de problemas respiratórios, uma vez que em altas doses poderia inflamar o revestimento dos pulmões e reduzir a imunidade a infeções pulmonares, causando problemas como tosse, constipações e bronquite.
Em comunicado, o observatório explica que “os principais efeitos da inalação do NO2 estão relacionados ao aumento da probabilidade de problemas respiratórios, uma vez que em altas doses poderia inflamar o revestimento dos pulmões e reduzir a imunidade a infeções pulmonares, causando problemas como tosse, constipações e bronquite”.
O dióxido de nitrogénio é gerado por veículos, indústrias pesadas e centrais de produção de energia. A redução destas emissões explica-se pela paragem da atividade industrial um pouco por todo o país, desde que a pandemia chegou a Portugal, no início de março.