O presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, espera lançar "nos próximos dias" o concurso da obra que pretende transformar o Bolhão num "mercado municipal de frescos preparado para o futuro".
"Não quero ter ali um museu, em que fingimos que o mercado ainda existe. Gostava de ter andado mais depressa, mas quis garantir [para o mercado] um espírito consequente com o futuro", afirmou o autarca.
O assunto foi debatido esta terça-feira numa reunião extraordinária pública em que o executivo ficou a conhecer os detalhes do procedimento, que terá o preço base de 25 milhões de euros e prazo de execução de 24 meses.
"Vai ser uma obra dupla, para reabilitar o próprio mercado de frescos e para reabilitar a monumentalidade do mercado, que está perdida e ninguém fez nada para a recuperar", descreveu o autarca independente.
Durante a sessão, Moreira mostrou abertura para estudar, com os comerciantes das lojas exteriores do mercado, alternativas ao mercado temporário que vai ser instalado no centro comercial La Vie.
"Não tenho lojas de rua para oferecer. Se encontrarem uma loja que achem ser uma melhor alternativa ao La Vie, proponham", disse o autarca, em resposta às preocupações manifestadas por alguns comerciantes das lojas exteriores do Bolhão presentes na sessão.
Moreira frisou que todos os comerciantes vão ter de sair do imóvel durante as obras, até por questões de segurança, e recusou fazer a obra faseadamente, porque "demoraria uma eternidade".
O autarca independente assegurou que o futuro Bolhão "não vai ser concessionado". "Haverá lugar à actividade privada, num espaço que é municipal", descreveu.