O PSD acusou hoje o primeiro-ministro e o PS de gerirem o processo da TAP como "cata-ventos eleitorais", com "contorcionismo político e populismo", aceitando agora privatizar a empresa porque "se tornou um ativo tóxico comunicacional".
O vice-presidente do PSD Miguel Pinto Luz reagia, em conferência de imprensa na sede nacional do partido, ao anúncio do Governo de alienar pelo menos 51% do capital da TAP, sendo esta "a percentagem mínima de alienação".
O dirigente social-democrata disse que a posição do Governo PS -- que criticou e reverteu a privatização feita em 2015 pelo executivo PSD/CDS-PP - poderia parecer de "dogmatismo ideológico" - lembrando que António Costa comparou a importância dos aviões da TAP às caravelas dos Descobrimentos -, mas afinal "era propaganda política".
"Hoje cai totalmente a máscara ao primeiro-ministro António Costa, as caravelas já não são necessárias e a prioridade é o Governo livrar-se da TAP porque hoje a TAP já é um ativo tóxico comunicacional", acusou.
Para o "vice" do PSD, "o primeiro-ministro, o Governo e o PS usaram e abusaram da TAP enquanto pensaram que esta lhes seria útil".
"Hoje, não podendo ser útil, admitem a realidade e a privatização e -- este é o ponto -- exatamente nos mesmos moldes que tanto criticaram", frisou, dizendo que o que o PS considerava "pouco transparente na altura" são hoje "boas práticas socialistas".
"São autênticos cata-ventos eleitorais", acusou.
Miguel Pinto Luz classificou ainda este processo de privatização como "cheio de contorcionismo político e populismo" e atribuiu-lhe "um rosto e um preço": "O rosto é de António Costa, o preço são mais de 3,2 mil milhões de euros".