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A Avaliação em Educação é um tema que tem merecido a atenção de investigadores e outros grupos de interessados, de modo sistemático, nos últimos anos, proporcionando saberes essenciais para se entender o valor daquela missão de professoras e professores.
Assim sendo, pode entender-se que um dos especialistas, o Professor Domingos Fernandes, hoje presidente do Conselho Nacional de Educação, nos diga que “a avaliação educacional vem sendo considerada cada vez mais indispensável para descrever, compreender e agir sobre uma grande variedade de problemas que afetam os sistemas educativos e formativos”.
Após a decisão do Ministério da Educação de autorizar a divulgação dos resultados das avaliações de aprendizagens nas escolas, tomada em 2001, todos os anos assistimos à organização de rankings, em meios de comunicação social, com progressivo aprofundamento da sua análise e interpretação.
A minha visão sobre os efeitos dos rankings não se alterou e mantenho a opinião de que os seus efeitos no Sistema Educativo não contribuem para diminuir as desigualdades, evidenciando a razão de ser do abandono de tais práticas em vários países (em 2001 referi a Austrália, Dinamarca e Escócia).
Contudo, o que aconteceu em Portugal durante 20 anos proporciona informação de grande interesse, para se entender o que vem acontecendo nas nossas escolas e a diversidade do Sistema Educativo.
Dizia o Senhor Presidente da República, Doutor Jorge Sampaio, no seu discurso de encerramento da semana dedicada à Educação, entre 3 e 9 de Maio de 2004, que começou a semana a falar da Escola, mas que a encerrava a falar das Escolas, por força da diversificada realidade que encontrou no seu périplo.
É verdade que temos escolas muito diversas, como diversificado, desigual, é o País. São realidades que muitos professores experimentam na sua vida profissional, com que convivem nas suas movimentações, de escola para escola.
De facto, a diversidade nas salas de aula das escolas públicas é, porventura, o mais exigente desafio às professoras e aos professores, bem presente no seu trabalho diário.
A busca de desenvolvimentos e melhorias na Educação estava presente quando o Ministério da Educação decidiu promover a publicação dos resultados das avaliações, proporcionando aos principais grupos de interessados (crianças e jovens, educadores e professores, responsáveis de escolas e agrupamentos, pais e encarregados de educação, autarcas) informação credível sobre resultados alcançados nas instituições educativas.
Porém, o seu uso em rankings merece cuidada atenção e mantém-se a visão de que é urgente estruturar continuado estudo e investigação do que acontece em cada escola, de modo a construir intervenções para a melhoria sistemática das aprendizagens, através de estratégias e práticas ajustadas às diversas comunidades escolares.
A promoção de aprendizagens em diversos contextos educativos é um desafio exigente, que devia envolver as famílias com as escolas e jardins de infância, procurando-se que os meios de comunicação empenhados em apresentar rankings se interessem e acompanhem tais desenvolvimentos e os seus resultados.
A chamada “era digital” é um contexto novo e desafiante, para educadores e professores, para pais e cidadãos, com desenvolvimento de recursos poderosos que devem ser postos ao serviço do crescimento da pessoa humana através da Educação.
O maior desafio será, naturalmente, para educadores e professores, mas os pais, a quem cabe contribuir para o desenvolvimento das crianças através da Educação, não podem ser dispensados.
Diria, enfim, que os contextos que vivemos, a publicação sistemática dos resultados de avaliações de aprendizagens nas escolas e o seu uso para apresentar rankings deviam ser entendidos como catalisadores de desenvolvimentos e avanços na promoção de melhor Educação, envolvendo todos os principais grupos de interessados.