Taiwan afirmou este sábado que a China enviou dezenas de aviões e navios em direção à ilha, poucos dias depois de os Estados Unidos aprovarem uma venda de armas no valor de 500 milhões de dólares a Taipé.
O Ministério da Defesa disse em comunicado que 32 aviões do Exército Popular de Libertação e nove embarcações da Marinha foram detetados nas últimas 24 horas.
Destes, 20 aviões atravessaram a linha mediana do Estreito de Taiwan ou violaram a zona de defesa aérea da ilha. Em resposta, Taiwan enviou as suas próprias aeronaves, embarcações e sistemas de mísseis para responder a estas atividades, segundo o exército.
A China considera Taiwan como uma província nacional e não descarta o uso de força para forçar a reunificação.
No ano passado, Pequim intensificou os exercícios militares em torno da ilha numa resposta às atividades políticas de Taiwan. Na semana passada, as forças armadas chinesas lançaram exercícios em torno de Taiwan como um "aviso severo" do vice-presidente de Taiwan efetuar uma escala nos Estados Unidos durante uma viagem oficial ao Paraguai.
O Departamento de Estado norte-americano declarou na quarta-feira que autorizou a venda a Taiwan de sistemas de busca e localização por infravermelhos para caças F-16 e outro equipamento relacionado, no valor de 500 milhões de dólares (463,2 milhões de euros).
O porta-voz do Ministério da Defesa chinês, Zhang Xiaogang, afirmou na sexta-feira que a China se opõe à venda de armas, classificando-a como uma "interferência grosseira" nos assuntos internos da China e descrevendo-a como um "ato hediondo" que viola o princípio de "uma só China", bem como três comunicados conjuntos sino-norte-americanos.
Zhang disse ainda que a China instou os EUA a cumprirem o seu compromisso de não apoiarem a independência de Taiwan.