O ministro das Finanças, Fernando Medina, disse esta quinta-feira que a crise que se vive nas urgências de obstetrícia e ginecologia não se deve à falta de dinheiro, referindo que o problemas é a “escassez de médicos” aos fins de semana.
“O que está a acontecer relativamente no nosso Serviço Nacional de Saúde não decorre de nenhum condicionamento financeiro que tenha sido imposto”, disse Medina em declarações à imprensa no Luxemburgo, onde se encontra numa reunião do Eurogrupo. “Pelo contrário”, acrescentou, recordando um “reforço significativo” de 700 milhões de euros para o SNS no Orçamento do Estado para 2022.
Questionado sobre o problema nas unidades de saúde, o ministro das Finanças apontou à "questão estrutural de carência de efetivos": “O que está hoje colocado é um problema nesta área específica de escassez de médicos a trabalhar na área pública num momento especial de conjuntura, de fins de semana".
As declarações de Medina no Luxemburgo, onde os ministros das Finanças do bloco europeu estão reunidos esta quinta-feira, surge após notícias de vários encerramentos de urgências obstétricas durante determinados períodos.
Até domingo, estão previstos constrangimentos nos serviços de Portalegre, Elvas, Ponte de Sor, Barreiro-Montijo, Torres Vedras, Braga, Santarém e Portimão, enquanto o Sindicato dos Enfermeiros Democráticos de Portugal denunciou a falta de condições na unidade de Faro do Centro Hospitalar Universitário do Algarve (CHUA), descrevendo-a como semelhante à de um "hospital do terceiro mundo".
Às 15h desta quinta-feira teve início uma reunião entre o Ministério da Saúde e sindicatos, depois da ministra Marta Temido ter anunciado na quarta-feira uma valorização das remunerações para quem exerce funções no serviço de urgência.