Faz esta quinta-feira um mês que foi implementada a medida de 0% de IVA sobre um cabaz de 46 alimentos essenciais, para combater a inflação.
Uma análise da DECO Proteste indica que, neste primeiro mês, foi registada uma descida média de 7,9% nos preços destes bens essenciais, o que se traduz num impacto positivo da medida.
Contudo, a DECO Proteste considera que o número não revela os verdadeiros hábitos dos consumidores.
"Desde o início da entrada em vigor desta medida, o iogurte líquido aumento 14% e o atum em óleo vegetal aumentou 6%. Claramente não temos o mesmo tipo de impacto quando falamos de produtos em concreto que os consumidores utilizam", explica Rita Rodrigues à Renascença.
A responsável da DECO dá ainda o exemplo dos produtos frescos, que "estão também incluídos em grande número neste cabaz", têm registado "uma oscilação de preços grande".
"Por outro lado, também percebemos que os consumidores gastam neste momento também muito dinheiro em produtos de higiene e produtos de limpeza, que não estão neste cabaz", adianta Rita Rodrigues.
A DECO Proteste defende, por isso, a implementação de mais medidas transversais, como o apoio à produção, em conjunto com a aplicação do IVA Zero.
"O que é preciso é aplicar e continuar a aplicar outras medidas e não apenas a medida do IVA Zero, para garantir que, por exemplo, não vamos ter, a seguir ao verão, produtos a aumentar [de preço] drasticamente por motivo de seca ou aumento da matéria-prima. Ou seja, é preciso continuar nesta implementação transversal de medidas, e não medidas desgarradas e avulsas que, essas sim, não têm qualquer tipo de impacto."