A presidente do Conselho de Administração do Hospital São Francisco Xavier, Rita Perez garante que existem “condições mínimas” para que o serviço de urgência se mantenha a funcionar este verão.
Rita Perez falava aos jornalistas no final da reunião entre os chefes de equipa do serviço de urgência deste hospital e o Conselho de Administração.
O encontro decorreu depois de os profissionais de saúde apresentarem uma ameaça de demissão em bloco, por considerarem que não estão garantidas as condições de assistência aos utentes no mês de agosto, situação que a administração hospitalar contraria.
“Estão asseguradas condições mínimas para funcionar, num modo que não é o que desejamos, mas sim o que pode ser”, referiu a responsável, recusando a ideia de eventual encerramento do serviço e sublinhando como prioridade o “manter sempre a segurança” de utentes e profissionais.
Numa carta enviada por um grupo de assistentes hospitalares de medicina interna, os profissionais explicavam que está em causa o planeamento da escala do mês de agosto, que prevê que a constituição das equipas do serviço de urgência geral (SUG) seja assegurada apenas por um assistente hospitalar (com função de chefia) e um interno de formação geral.
“Cada equipa tem dois assistentes hospitalares e para não interrompermos as férias, tendo em conta que em agosto a afluência é menor, o que fizemos foi uma equiparação de internos, no último ano, com funções de assistente, numa solução que colmatava as faltas”, explicou Rita Perez, lembrando que esta equiparação é reconhecida pela Ordem dos Médicos.
Por não partilharem desta visão, na mesma carta, os 19 profissionais que a assinam, afirmam que “não estarão garantidas a capacidade de assistência e cuidados às pessoas que recorrem ao SUG do Centro Hospitalar de Lisboa Oriental (CHLO) nem a segurança destas e dos profissionais que as assistem”, por isso, face a “este planeamento e a constituição das equipas nele proposta, o grupo apresentará a sua demissão em bloco da função de chefia do SUG, a aplicar a partir do mês de agosto”.
Sobre a “demissão em bloco”, a responsável disse que essa situação “não ficou clara, nem evidente”, e anunciou a criação de um grupo de trabalho para refletir sobre estas e outras questões, nomeadamente que se prendem com as horas extraordinárias.
O plano de férias no São Francisco Xavier foi aprovado em março, para todo o pessoal do centro hospitalar. No que diz respeito à medicina interna, era esperado que as vagas de assistentes hospitalares abertas, consideradas suficientes para não haver problemas durante o verão, viriam a ser preenchidas, mas tal não aconteceu. De um total de “sete vagas”, Rita Perez referiu que “ficaram quatro por ocupar”.