O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, fez este sábado uma escala na Polónia para agradecer o apoio do país, num momento em que as relações entre Kyiv e Varsóvia atravessam dificuldades devido à disputa sobre exportações de cereais da Ucrânia.
"Quero agradecer a toda a Polónia o seu apoio, que não tem preço e a sua solidariedade, que contribui para defender a liberdade de toda a nossa Europa", disse Zelensky, na cidade de Lublin, onde se reuniu com voluntários, mas não esteve com qualquer dirigente polaco.
Zelensky, que regressava de uma visita aos Estados Unidos e Canadá, condecorou a jornalista polaca Blanca Zalewska e o voluntário Damian Duda.
"Estou orgulhoso por a Ucrânia ter um vizinho tão forte. Quero agradecer. Quero agradecer a toda a nação polaca, a todas as pessoas que desde os primeiros dias abriram as suas casas e as suas famílias e ajudaram", declarou o líder ucraniano, citado pela agência PAP.
"Creio que qualquer desafio no nosso caminho comum não é nada comparado com o facto de existir tanta força entre os nossos povos", acrescentou.
As relações entre Kyiv e Varsóvia, um dos principais aliados da Ucrânia, atravessam um momento complicado depois da decisão do Governo polaco, que está a três semanas da realização de eleições, de prorrogar as restrições à importação de produtos agrícolas ucranianos com o argumento de proteger os interesses dos agricultores polacos.
Na passada segunda-feira, a Ucrânia apresentou queixa contra a Polónia, a Hungria e a Eslováquia, países com idêntica decisão, na Organização Mundial do Comércio.
Na terça-feira, numa intervenção na Assembleia Geral da ONU, em Nova Iorque, Zelensky criticou os países que pretendem ser solidários, mas que na realidade favorecem com as suas ações o Kremlin, declarações que causaram indignação em Varsóvia.
Uma reunião que deveria ter lugar à margem da Assembleia Geral entre Zelensky e o presidente polaco, Andrzej Duda, foi cancelada, oficialmente por motivos de agenda.
O primeiro-ministro polaco, Mateusz Morawiecki, anunciou depois que o país deixaria de fornecer novas armas à Ucrânia, limitando-se a fazer as entregas acordadas previamente e passando a concentrar-se na modernização das suas próprias forças armadas.