À segunda é de vez? A votação por correspondência termina esta quarta-feira e os resultados finais deverão ser afixados a 25 de março, se não houver recursos.
A três dias do dia em que estarão contados os votos no círculo da Europa, os partidos políticos não parecem inclinados a voltar a impugnar. Quase dois meses depois, Portugal pode finalmente completar os 230 deputados que devem tomar posse na próxima terça-feira, dia 29 de março.
No início de fevereiro, o PSD apresentou um protesto porque nem todos os votos do círculo da Europa estavam acompanhados da cópia do documento de identificação. Soube-se depois que todos os partidos (o PSD incluído), tinham feito uma reunião informal onde concordaram que nenhum partido iria impugnar as eleições por essa razão. Os social-democratas recuaram, o caso foi levado à justiça e o Tribunal Constitucional anulou todos os votos.
“Não vislumbramos nenhum motivo para proceder a qualquer protesto”, revela Maria Ester Vargas, cabeça de lista do PSD ao círculo da Europa. A social-democrata espera que o ato corra “melhor desta vez e não acredita que haja uma nova impugnação. A candidata adverte ainda para a “possibilidade remota” de haver mesas que não respeitam a lei.
O PS quer desatar o nó o mais depressa possível. “Como é óbvio, não há qualquer intenção” de contestar o ato eleitoral, revela à Renascença Paulo Pisco, cabeça de lista pelo círculo da Europa dos socialistas. O candidato sublinha a necessidade de colocar o país a funcionar novamente, e para isso espera que “as coisas corram bem”.
Do lado do Chega, a prioridade é a mesma. Numa resposta enviada à Renascença, fonte do partido liderado por André Ventura revela que “o CHEGA não tenciona impugnar as eleições do círculo da Europa”.
“Partimos do principio que, desta vez, o processo decorreu de forma mais limpa e correta”, explica Carolina Diniz, a candidata da Iniciativa Liberal à Renascença. “Não estamos a pensar nisso [protestar]”, esclarece. Carolina Diniz diz ainda esperar que os restantes partidos não coloquem mais entraves à tomada de posse da Assembleia da República.
O Bloco de Esquerda também não tem intenções de impugnar a contagem dos votos. Pedro Filipe Soares, líder parlamentar, assegura que “do que nós conhecemos ao dia de hoje, não há nenhum motivo que nos leve a colocar isso em cima da mesa”, diz.
Também à esquerda, o PCP não quis pronunciar-se sobre o tema. Fonte do Partido Comunista justifica que “não vemos razões para falar sobre eventuais impugnações neste momento”.
“O PAN não vai estar a fazer futurologia”, assegura o candidato do PAN, Rogério Castro. “Esperemos que os erros não voltem a acontecer”, no entanto, deixa uma garantia: “Entre ter um Parlamento em funções e respeitar a democracia, o PAN prefere respeitar a democracia”. Rogério Castro assume que caso haja irregularidades na contagem dos votos, o PAN pondera voltar a protestar. Mas afirma que o partido espera que “essas irregularidades não aconteçam”.
O Livre vai apostar numa presença nas mesas de voto para fiscalizar. “Impugnar outra vez as eleições teria consequências seríssimas. Não estamos a pensar em tal coisa”, explica Natércia Lopes, a candidata do Livre ao cícrulo da Europa.