Depois do fracasso do primeiro, o segundo concurso para venda do Novo Banco também não se adivinha fácil. João Salgueiro, o antigo presidente da Associação Portuguesa de Bancos, diz à Renascença que há muitas ameaças externas ao sucesso do negócio.
A crise dos refugiados, eleições em Espanha, o referendo sobre a União Europeia no Reino Unido, são alguns dos potenciais focos de instabilidade, refere.
O mercado já estava a antecipar que as negociações falhassem, defende o economista, até pelo colapso da bolsa chinesa. Como tal, adiar a venda do Novo Banco foi a decisão esperada e acertada.
Entre os candidatos que foram ao primeiro concurso, já contactados pela Renascença, nenhum fechou a porta a nova tentativa de compra do Novo Banco, mas também não dão respostas conclusivas, até saberem o que está em cima da mesa.
O governador já encomendou o plano estratégico à administração do Novo Banco, que inclui a recapitalização, mas para trás ficaram decisões avulso que fizeram a instituição perder valor.
Nestas declarações, João Salgueiro sai em defesa de Vítor Bento, o primeiro a presidir o Novo Banco, que se demitiu porque não lhe deram mais tempo para reestruturar a instituição. O tempo acabou por lhe dar razão, diz João Salgueiro.