Israel e Irão medem forças na Síria
10-02-2018 - 14:17

Ao fim de anos de guerra civil a Síria continua a ser palco de conflitos regionais.

A Força Aérea israelita atacou vários alvos das Forças Armadas da Síria e de milícias aliadas ao regime este sábado, em retaliação pelo facto de as forças sírias terem abatido um caça F16 que estava a sobrevoar o seu território.

Este último foco de violência começou quando Israel alegou ter abatido um drone iraniano que invadiu o seu espaço aéreo. O Irão nega que algum drone seu tenha entrado em Israel.

Caças israelitas atacaram então uma base aérea em Homs, na Síria, de onde voam os drones que o Irão insiste serem usados para combater alvos terroristas do Estado Islâmico e de outras organizações que lutam contra o regime de Bashar al-Assad. Foi durante essa operação que as forças sírias conseguiram abater um dos F16, provocando a retaliação israelita, numa espiral que ameaça ganhar contornos de conflito regional.

Israel e Irão trocaram acusações, com Benjamin Netanyahu, o primeiro-ministro de Israel, a mostrar-se muito preocupado com o aumento das forças pró-iranianas na Síria e a garantir que não vai permitir que se posicionem perto da fronteira entre os dois países.

O Irão respondeu dizendo que a agressão israelita contra as forças sírias e as suas próprias forças que se encontram na Síria para auxiliar o Governo equivalem a agressões terroristas, que merecerão uma resposta “séria e severa”.

O Irão tem ganho grande influência na região nos últimos anos. A queda do regime de Saddam Hussein, no Iraque, permitiu a ascensão política da maioria xiita pró-iraniana naquele país e Teerão tem apostado forte em manter o regime de Bashar al-Assad, que também tem simpatias xiitas e permite acesso direto ao Líbano, que é politica e militarmente dominado pela milícia xiita e fortemente pró-iraniana e anti-israelita Hezbollah.

Israel, por sua vez, tem evitado imiscuir-se na guerra da Síria mas o estado judaico está preocupado com o influência crescente da República Islâmica do Irão que, oficialmente, continua a negar o direito à existência de Israel.