O Papa Francisco lançou este domingo um apelo apaixonado à Europa para que mantenha e reavive os ideais dos seus fundadores.
As ideologias e os políticos que fazem a apologia do medo estão a ameaçar a existência da União Europeia, declarou o Papa durante a viagem de regresso de uma visita de três dias à Roménia.
"Devemos ajudar os políticos a serem honestos. Um político não deve nunca semear o ódio e o medo, nunca. Apenas a esperança, com retidão e exigência, mas a esperança", afirmou o Papa numa resposta a uma questão sobre Matteo Salvini, líder da Liga, vice-primeiro-ministro e ministro do Interior de Itália.
Questionado sobre o resultado das eleições europeias, da vitória de Matteo Salvini, de extrema-direita, Francisco pediu aos católicos que rezem pela unidade da Europa.
O Papa também apela aos não-crentes que tenham esperança essa unidade “do fundo dos seus corações”.
“Se a Europa não olhar com atenção para os desafios do futuro, a Europa vai secar. A Europa está a deixar de ser a ‘Mãe Europa’ e está a tornar-se na ‘Avó Europa’. Envelheceu. Perdeu o objetivo de trabalhar em conjunto”, disse Francisco aos jornalistas a bordo do avião.
“Alguém poderá questionar-se: será este o fim de uma aventura de 70 anos?”, alertou Francisco.
O Sumo Pontífice evitou criticar diretamente o vice-primeiro-ministro italiano, com quem mantém uma diferença de ideias sobre temas como a imigração, mas disse aos jornalistas que ainda não recebeu Matteo Salvini porque ainda não lhe chegou nenhum pedido de audiência.
O Papa Francisco salientou que as suas declarações devem ser lidas como alertas genéricos para a Europa e não especificamente para Itália, sublinhando que é quase impossível, para ele, compreender a política italiana.