O Presidente da Venezuela anunciou o aumento do salário mínimo do país em 30%, assim como no cartão de alimentação e nas pensões. Estas medidas extraordinárias visam tentar acalmar a contestação popular.
O país tem a mais alta taxa de inflação do mundo, enfrenta uma escassez de produtos nos supermercados e nas farmácias e uma crise energética.
A combinação das diferentes crises levou a uma escalada da tensão, que por vezes tem gerado múltiplos confrontos nas ruas, saques a lojas e roubos.
O salário mínimo nacional foi fixado nos 15.051 bolívares (13,16 euros) deste segunda-feira. Já o subsídio de alimentação passou para os 18.585 bolívares ou 16.25 euros.
Mas outras medidas já foram tomadas. Está em vigor um novo fuso horário. Às 2h30 da madrugada de segunda-feira, os relógios adiantaram meia hora, ficando quatro horas atrás do fuso do Meridiano de Greenwich. “Com esta mudança simples de meia hora, iremos disfrutar de mais horas de luz. Já não vai ficar escuro tão cedo”, explicou o ministro da Ciência e Tecnologia, Jorge Arreaza.
O Governo também deu “luz verde” a um novo corte no horário de trabalho da Administração Pública. A semana laboral dos funcionários públicos foi reduzida para dois dias (segunda e terça-feira) para poupar energia.
Numa primeira fase, o Governo já tinha decretado a paralisação dos serviços estatais às sextas-feiras.
Também o horário escolar foi encolhido num dia, com os estudantes a ficarem com a sexta-feira livre.
Estas medidas tentam responder à “emergência ambiental” que o país atravessa. A barragem de El Guri, a principal central hidroeléctrica, produz 75% da electricidade da Venezuela, mas após dois anos de seca profunda, provocada pelo fenómeno meteorológico El Niño, os níveis de água acumulada estão a menos de metro e meio do valor considerado de “colapso” do fornecimento.