Ficou (quase) tudo na mesma na Conferência Episcopal
Portuguesa. As eleições para os órgãos de decisão e coordenação da CEP ditaram
esta terça-feira uma aposta na continuidade. O bispo de Leiria-Fátima, D. José Ornelas, e o bispo de Coimbra, D. Virgílio
Antunes, foram reeleitos como presidente e vice-presidente, respetivamente.
Também o padre Manuel Barbosa continua a ser o secretário e porta-voz, pelo quarto mandato consecutivo, depois de uma recente alteração aos estatutos da CEP, aprovada no final de março pelo Vaticano, acrescentar, no artigo 17º, que “o cargo de secretário da CEP será de um triénio, renovável”, sem referir qualquer limite para essa renovação. Na versão anterior o que estava previsto é que esse cargo não pudesse ser “exercido pela mesma pessoa por mais de dois triénios consecutivos”, exigência que se mantém em relação a todos os outros cargos.
Outra alteração passou a prever que este cargo possa ser ocupado por um leigo, mas não foi essa a opção dos bispos, apesar de em janeiro deste ano terem já nomeado para a comunicação da CEP uma mulher, Anabela Sousa, que é também resposnável por esta área da diocese de Setúbal.
D. José Ornelas foi eleito presidente da CEP em junho de 2020, precisamente quando era ainda bispo de Setúbal, tendo sido entretanto nomeado para a diocese de Leiria-Fátima. Na mesma ocasião foi eleito seu vice-presidente o bispo de Coimbra, D. Virgílio Antunes, que se mantém igualmente no cargo.
Ao que a Renascença apurou - e o comunicado da CEP veio a confirmar - houve, no entanto, algumas alterações no Conselho Permanente da Conferência Episcopal. Nesta espécie de “governo” da Igreja têm sempre assento, para além do presidente, vice-presidente e secretário, também o Patriarca de Lisboa, integrando ainda mais quatro vogais. A nova composição inclui os bispos do Porto, Aveiro, Évora e Santarém, o que significa que saiu deste organismo o arcebispo de Braga, D. José Cordeiro, para entrar o de Aveiro, D. António Moiteiro Ramos.
Nestas eleições foram, ainda, escolhidos os responsáveis pelas comissões episcopais das várias áreas, com mudanças em quatro delas:
. Comissão Episcopal da Educação Cristã e da Doutrina da Fé: D. António Augusto Azevedo, Bispo de Vila Real (substitui o bispo de Aveiro, D. António Moiteiro)
. Comissão do Laicado e Família: D. Nuno Almeida, Bispo Auxiliar de Braga (substitui D. Joaquim Mendes, auxiliar de Lisboa, que já pediu a resignação)
. Comissão Episcopal da Cultura, Bens Culturais e Comunicações Sociais: D. Nuno Brás, Bispo do Funchal (substitui D. João Lavrador, bispo de Viana do Castelo)
. Comissão Episcopal das Vocações e Ministérios: D. Vitorino Soares, Bispo Auxiliar do Porto (substitui o bispo de Vila Real, que transitou para a da Educação Cristã)
Ficaram sem alterações ao nível da presidência:
. Comissão Episcopal da Pastoral Social e Mobilidade Humana: D. José Traquina, Bispo de Santarém
. Comissão Episcopal da Liturgia e Espiritualidade: D. José Cordeiro, Arcebispo Primaz de Braga
. Comissão Episcopal da Missão e Nova Evangelização: D. Armando Esteves Domingues, Bispo de Angra
O Bispo das Forças Armadas e de Segurança é o Delegado para as Relações Bispos/Vida Consagrada, e D. Nuno Brás Delegado para a Comissão dos Episcopados da Comunidade Europeia (COMECE) - e na qual foi eleito recentemente vice-presidente.
Por inerência do cargo, o Cardeal Patriarca D. Manuel Clemente, Magno Chanceler da UCP, continua Delegado no Conselho Superior da Universidade Católica Portuguesa, e o presidente da CEP, D. José Ornelas, no Pontifício Colégio Português de Roma e no Conselho das Conferências Episcopais da Europa (CCEE).