Continua a aumentar o consumo de antibióticos em Portugal, mesmo depois da pandemia, alerta na Renascença o vice-presidente do Infarmed.
“Quando vamos comparar 2019 com 2023, não estamos a reduzir aquilo que desejaríamos reduzir no consumo de antibióticos”, refere Carlos Alves, acrescentando que, "a nível hospitalar há um aumento significativo de consumo de antimicrobianos durante o período pandémico e, também pós-pandémico.
No que diz respeito aos antibióticos que são prescritos para consumo na comunidade, há também em Portugal um aumento do consumo”.
Com o inverno à porta e, com ele, o aumento dos internamentos hospitalares, aumenta o risco de infeções por bactérias multirresistentes.
Carlos Alves lembra que “o aumento das resistências está dependente de vários fatores” que começam fora do hospital. “Por exemplo, a utilização dentro de antibióticos no contexto da veterinária tem também um peso no aumento das resistências; ou a utilização de antibióticos em tratamento de infecções que são virais e que, portanto, não têm indicação para utilização de antibiótico”.
Para o vice-presidente do Infarmed, a chave para a redução das infeções hospitalares está na “redução do número de infeções respiratórias que levam ao internamento e na redução da necessidade dos antibióticos”.
E, “de uma forma indireta”, também na "vacinação da gripe e da Covid” que acaba por contribuir “significativamente” para essa redução.