Pedro Caldeira, presidente do Lusitano de Évora, está convicto de que o apoio de 65 milhões de euros, anunciado pelo Governo para apoio ao setor do desporto, não chegará a tempo de salvar muitos clubes do fecho. O dirigente diz que ao Lusitano ainda não chegou qualquer verba relativa a apoios anteriores e que a demora no seu processamento estrangula os clubes.
“Até agora não chegou nada [nenhum apoio]. A ideia que tenho é que se fala muito de apoios à quinta-feira, mas até que seja executado, e as verbas cheguem demora tempo. Tenho a plena convicção de que muitos clubes não vão reabrir as suas portas, porque não conseguiram fazer face a este hiato de tempo entre o fecho, e a quebra de receitas, e chegada dos apoios”, prevê, em entrevista à Renascença.
Em Conselho de Ministros, o Governo aprovou uma verba de 65 milhões de euros para apoio ao desporto. Será criado um Fundo de Apoio para a Recuperação da Atividade Física e Desportiva, dotado de 35 milhões de euros e dirigido aos clubes constituídos como associações sem fins lucrativos. Paralelamente, é lançada uma linha de crédito de 30 milhões de euros para as federações com estatuto de utilidade pública desportiva.
O calendário de desconfinamento aponta para a possibilidade do regresso do futebol de formação, aos treinos pelo menos, para 5 de abril. Pedro Caldeira considera determinante que os jovens voltem a praticar desporto. “A bola de futebol começou a ser trocada pela Playstation. Os miúdos isolam-se cada vez mais, em vez de brincarem em conjunto. É com muito agrado que vemos que os nosso jovens, a curto prazo, poderão voltar a praticar desporto”, assinala.