Ferreira Leite acusa PS de destruir Estado social
08-03-2024 - 17:01
 • Renascença com Lusa

Manuela Ferreira Leite teceu ainda vários elogios a Montenegro, descrevendo-o como "um sujeito leal, sereno, tranquilo, sensato, não é sujeito a alterações psicológicas".

A antiga presidente do PSD Manuela Ferreira Leite acusou, esta sexta-feira, o PS de ter destruído o Estado social com a sua governação, de desbaratar os fundos do PRR e colocou dúvidas sobre as contas públicas no futuro.

"Têm os orçamentos equilibrados, o que é verdade. Mas é verdade com meios que não são repetíveis. Portanto, a consolidação e o futuro desses alcances tão proclamados em termos financeiros, tenho algumas dúvidas", declarou Manuela Ferreira Leite, que discursava num almoço de campanha da Aliança Democrática (AD), na Estufa Fria, em Lisboa, comemorativo do Dia Internacional da Mulher.

Num discurso em que começou por saudar Aníbal Cavaco Silva, Carlos Moedas, Nuno Melo e Luís Montenegro, Manuela Ferreira Leite relembrou que esta sexta-feira se celebra o Dia Internacional da Mulher: "Eu considero que é um bom pretexto para mostrarmos o nosso apoio ao Luís Montenegro".

"Não duvido [de] que todas apoiámos a candidatura de Luís Montenegro, mas também aproveito para fazer algumas reivindicações. Não o faço só em nome das mulheres, faço-o em nome das famílias portuguesas. Falo em nome das famílias portuguesas porque todas estão a ser afetadas de forma muito dura pela situação que todos vivemos e que é o resultado de uma governação desgovernada há oito anos", acusou.

Nesta iniciativa da coligação PSD/CDS-PP/PPM, a antiga ministra das Finanças e da Educação descreveu a atual situação do país como de "um empobrecimento grave e profundo" resultante de "políticas erradas e medidas ainda mais erradas" tomadas pelo PS, que resumiu desta forma: "Tiram-nos o dinheiro do bolso através dos impostos e depois dão-nos através de esmolas".

Do ponto de vista das mulheres, Manuela Ferreira Leite destacou a saúde e a educação, a incerteza quanto ao lugar "onde vão nascer os seus filhos", quanto ao "dia em que eles têm escola" e "a que aulas é que eles não têm professores".

"É quase que insólito que tenha sido pelas mãos do PS que acabaram com o Estado social - coisa que o PSD sempre teve no seu programa", acrescentou.

Segundo a economista, o PS, que governou nos últimos oito anos, "ainda teve dois benefícios" ou "duas bênçãos que lhe caíram do céu", a pandemia de covid-19 e a inflação.

"A covid para este Governo foi uma benesse, foi uma desculpa para nada fazer, foi a possibilidade de poder ajudar quem efetivamente nessas alturas teve necessidade de apoios -- e que qualquer Governo com certeza que o faria, um Governo do PSD também o faria", sustentou.

A covid-19 deu ao PS no Governo "a oportunidade de receber da União Europeia um montante de recursos de tal forma volumoso", os fundos do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), "e que ele tem desbaratado, não para investimentos para futura alteração do país, mas para muitas vezes pagar aquelas benesses que anda a distribuir para manter as pessoas ligadas ao Governo", acusou.

De acordo com Manuela Ferreira Leite, "a inflação foi outra benesse que lhes caiu em cima", porque "não só é uma desculpa para várias coisas que nada têm a ver com a inflação, como abriram os seus cofres e foi só entrar dinheiro".

Montenegro "é sereno" e "não é sujeito a alterações psicológicas"

Manuela Ferreira Leite elogiou hoje Luís Montenegro, descrevendo-o como alguém que "é sereno" e "não é sujeito a alterações psicológicas" e, perante uma dívida, nunca diria que "era para não pagar".

Manuela Ferreira Leite, que discursava numa almoço da Aliança Democrática (AD) na Estufa Fria em Lisboa, comemorativo do Dia Internacional da Mulher, traçou assim as diferenças entre o presidente do PSD e o secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, que nunca nomeou diretamente.

"Eu queria dizer os motivos pelos quais nós, mulheres, apoiamos o Luís Montenegro. O Luís Montenegro é um sujeito leal, é um sujeito que é sereno, é tranquilo, é sensato", considerou. "Não é sujeito a alterações psicológicas", acrescentou, provocando risos.

A seguir, a economista, que foi ministra das Finanças e da Educação, fez alusão a um famoso discurso do atual secretário-geral do PS sobre a dívida pública, durante o período de assistência financeira externa a Portugal.

"[Luís Montenegro] é um indivíduo que, se algum dia dever dinheiro a alguém, eu acho que ele tenta, de forma lógica, ponderada resolver o problema do pagamento dessa dívida. Eu acho que ele nunca se lembraria de dizer que uma forma simples e eficaz e irresponsável de a resolver que era não pagar", declarou.

"Eu direi que qualquer um de nós é capaz de comprar um carro em segunda mão ao Luís Montenegro", acrescentou ainda a antiga presidente do PSD.

No fim do seu discurso, Manuela Ferreira Leite referiu que nunca foi "muito defensora das igualdades e de características, enfim, várias coisas".

"Mas há uma coisa que eu reconheço, Luís Montenegro, que as mulheres têm e os homens não, que é um sexto sentido. E este sexto sentido diz-me que a AD vai ganhar as eleições e que Luís Montenegro vai ser um grande primeiro-ministro", exclamou.