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O deputado único do Chega, André Ventura, defendeu hoje que o Governo deve ceder e receber “o mais rapidamente possível” os empresários que estão em greve de fome em frente ao parlamento, considerando que “as suas causas são justas”.
À agência Lusa, André Ventura explicou que foi, ao final da tarde de hoje, ao encontro do grupo de nove empresários da restauração e discotecas que cumpre o quinto dia de greve de fome frente à escadaria da Assembleia da República, “como cidadão e enquanto deputado ouvir aquilo pelo qual estes homens e estas mulheres se manifestam e conversar sobre aquelas que são as suas exigências”.
Esta manhã, o presidente do CDS-PP, Francisco Rodrigues dos Santos, também esteve com estes empresários, conforme divulgado, e, na segunda-feira, o deputado e presidente da Iniciativa Liberal, João Cotrim Figueiredo, também ali se deslocou, mas, segundo o partido explicou à agência Lusa, optou por não anunciar a sua ida uma vez que os liberais querem respeitar a vontade do movimento em manter os partidos fora desta questão, optando por uma visita "sem show off".
“O Governo tem de ceder e finalmente receber estas pessoas porque elas merecem ser ouvidas, porque as suas causas são justas e porque muitas das soluções que apresentam poderiam ajudar a combater a pandemia [de covid-19]. Deve recebê-los o mais rapidamente possível”, defendeu Ventura.
O Movimento a Pão e Água afirma-se como apartidário e esta manhã um dos seus rostos, Ljubomir Stanisic, interrompeu o líder do CDS-PP quando este falava de partidos que se tinham tentado "colar ao movimento" no fim de semana passado, tendo deixado um aviso: “se voltares a falar de um partido vou ter de te pedir para saíres daqui”.
Questionado sobre a forma como foi recebido, o deputado único do Chega referiu que os políticos têm de “ter muito cuidado para não gerar um efeito de colagem partidária a estas manifestações, mas ao mesmo tempo, estes movimentos também, para terem a voz institucional que merecem, devem dirigir-se e falar também com os partidos e com os deputados”.
“Não podia deixar de lá ir, mesmo quando os contextos são melhores ou piores, mais adversos ou menos adversos. Como deputado, o meu dever é estar junto das pessoas”, respondeu, insistindo na obrigação de estar presente “mesmo que esses grupos sejam mais ou menos afetos” ou o “ambiente seja mais exaltado ou menos”.
O grupo, composto por oito homens e uma mulher, teve este final da manhã o apoio de dezenas de pessoas que iam passando junto à Assembleia, e se sentam na escadaria de São Bento, hoje com a atuação de DJ para dar animo ao grupo que se encontra em greve de fome há já cinco dias.
O grupo continua acampado, em instalações improvisadas com tendas e aquecedores, em greve de fome até que o Governo os receba para encontrarem soluções para os seus negócios, que dizem estar a ir à ruína.
Para quarta-feira e, segundo a Confederação do Turismo de Portugal (CTP), está agendada uma reunião urgente com Pedro Siza Vieira e Rita Marques, ministro de Estado, da Economia e da Transição Digital e Secretária de Estado do Turismo, respetivamente, para avaliar e discutir as medidas que o Governo lançou e prevê lançar para apoiar o Turismo na sequência da crise da pandemia.
De acordo com a CTP, a reunião irá contar também com a presença de associações empresariais da atividade turística.