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O presidente da Câmara do Porto afirmou esta quinta-feira estar "muito preocupado" com a situação pandémica e considerou que as medidas aplicadas ao concelho vão ter "um fortíssimo e negativo impacto" na vida dos portuenses e na economia.
"Tive conhecimento disso há pouco. Naturalmente, estou muito preocupado com a situação da pandemia e muito preocupado com estas medidas que, como é evidente, têm um fortíssimo e negativo impacto na vida das pessoas, dos portuenses e na nossa economia", afirmou o independente Rui Moreira.
O concelho do Porto passou a integrar, esta quinta-feira, a lista dos 26 concelhos no nível de risco elevado de incidência de Covid-19.
Em declarações aos jornalistas, disse não querer pronunciar-se sobre algumas das medidas adotadas, como a limitação de circulação na via pública até às 23h00, considerando que "num país com tantos especialistas, não é o presidente da Câmara do Porto que se pode pronunciar".
"Não me cabe agora dizer seja o que for. O Governo tem, nesta matéria, uma soberania de autoridade do Estado e no Porto cumpriremos, como sempre cumprimos, aquilo que são as normas decididas por quem de direito", salientou.
Rui Moreira referiu que apesar de parte significativa da população estar vacinada, a população mais velha protegida e a capacidade de resposta do Serviço Nacional de Saúde, a atual situação é "preocupante do ponto de vista sanitário".
"A segunda questão que me preocupa muito é a questão da nossa economia e emprego. A pandemia tem tido consequências muito duras no emprego na cidade do Porto, nos pequenos negócios da cidade e estas medidas anunciadas têm este impacto", afirmou.
Questionado sobre o impacto dos festejos da noite de São João no aumento do número de casos de infeção pelo SARS-CoV-2, o autarca referiu que "a pandemia não começou no Porto".
"Sabemos como é que a situação estava e onde estava há três semanas atrás. Aquilo que verificamos foi que os portuenses, na sua esmagadora maioria, agiram no S. João com grande moderação", disse.
Já quanto aos parques de diversão, o autarca afirmou que a decisão de se manterem ou não em funcionamento até dia 18 de julho cabe ao Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) Porto Ocidental.
"O ACES Ocidental permitiu que os parques estivessem abertos até ao dia 18 com reforço e polícia, que tem sido feito. Será o ACES a decidir isso, essa decisão não cabe ao presidente da câmara", acrescentou.
Em conferência de imprensa, após a reunião do Conselho de Ministros, a ministra de Estado e da Presidência, Mariana Vieira da Silva, disse hoje que nos concelhos de risco elevado ou muito elevado passará a existir uma limitação da circulação na via pública "a partir das 23h00 e até às 05h00".
Além desta medida, as regras aplicáveis aos 26 concelhos de risco elevado são o teletrabalho obrigatório quando as atividades o permitam; possibilidade de funcionamento de restaurantes, cafés e pastelarias até às 22h30 (no interior com o máximo de seis pessoas por grupo e em esplanada com 10 pessoas por grupo); espetáculos culturais até às 22h30; casamentos e batizados com 50% da lotação, possibilidade de funcionamento do comércio a retalho alimentar e não alimentar até às 21h00; permissão de prática de todas as modalidades desportivas, sem público; permissão de prática de atividade física ao ar livre e em ginásios; eventos em exterior com diminuição de lotação, a definir pela Direção-Geral da Saúde (DGS); e Lojas de Cidadão com atendimento presencial por marcação.
A pandemia de Covid-19 provocou, pelo menos, 3.949.567 mortos no mundo, resultantes de mais de 182,1 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Em Portugal, morreram 17.096 pessoas e foram confirmados 879.557 casos de infeção, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.
A doença respiratória é provocada pelo novo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.