Lisboa, Guimarães e Sintra estão entre as 105 cidades do mundo líderes na ação pelo clima, segundo uma lista divulgada esta terça-feira pela organização internacional “Carbon Disclosure Project” (CDP). A CDP é uma organização sem fins lucrativos, com sede no Reino Unido, que apoia investidores, empresas, cidades e regiões a gerir os impactos ambientais.
Numa lista das cidades “classe A”, as cidades que tomaram três vezes mais ações climáticas do que outras, Portugal aparece três vezes na lista das cidades líderes em ação climática e transparência.
A lista, na qual um terço das cidades são europeias, inclui outras cidades como Berlim (Alemanha), Barcelona (Espanha), Cidade do Cabo (África do Sul), Los Angeles (Estados Unidos), Cidade do México (México) ou Paris (França). Na contagem referente a 2019 o número de cidades na Ásia-Pacífico mais do que dobrou em relação ao ano anterior.
A lista do CDP é baseada em dados de mais de 850 cidades sobre elementos como emissões, vulnerabilidades relacionadas com o clima e ações para reduzir as emissões e adaptação aos riscos. Com os resultados as cidades são classificadas de “A” a “D”.
Lisboa, por exemplo, aparece na lista “A” porque, diz o CDP, reduziu as emissões em 50% entre 2002 e 2014 e o Plano Diretor Municipal inclui um plano de hortas urbanas que aumentará as zonas verdes em quase 20%. A capital irá construir 75 quilómetros de novos corredores 'bus' e 92 quilómetros de percursos pedestres.
“A ciência do clima não deixa dúvidas que as emissões globais (de gases com efeito de estufa) têm de ser reduzidas até 2030 para limitar os efeitos da crise climática global. As cidades têm um papel crucial para enfrentar esse desafio, cobrindo apenas 02% da superfície da Terra são a fonte de 70% das emissões”, disse Kyra Appleby, diretora para a área das cidades, estados e regiões do CDP. E acrescentou: “Estas 105 cidades estão a dar o exemplo a nível de transparência e ação que precisamos das cidades do mundo inteiro”.
Pelo mundo e entre as cidades classe “A” estão exemplos como Manchester, no Reino Unido, que está a agir para ser neutra em carbono em 2038, ou a região eThekwin, na África do Sul, que quer ter 40% das energias renováveis em 2030. Ou mesmo Petaling Jaya, na Malásia, que em 2011 lançou um esquema de impostos que premeia o baixo carbono.