O bispo de Angra afirma que a sociedade, “marcada pelo consumismo”, tem de “despertar” neste Natal para a consciência de que “a vida só pode ser portadora de esperança e de alegria”.
“Para o ser humano que não sabe o que fazer com a vida, e por isso a maltrata, a desvaloriza, se apropria dela e se deleita em imprimir-lhe os sinais de morte, é urgente e imperioso conduzir a pessoa humana, em qualquer contexto cultural, religioso, social ou étnico para fazer o caminho até ao presépio onde se encontrará não só com a presença pessoal de Deus mas também com a resposta profunda embora velada ao sentido da existência humana”, escreveu D. João Lavrador, na sua mensagem de Natal.
O responsável assinala que os cristãos e as comunidades cristãs são “convidadas a renovar e a revigorar” as suas vidas, na comunhão com Deus que “toma a iniciativa de vir ao encontro dos homens e mulheres para lhes oferecer o sentido pleno para a existência humana, que se reconhece e experimenta no amor vivido e partilhado”.
“No contexto de uma cultura de morte, numa sociedade que não sabe como viver a vida em plena realização, urge percorrer os caminhos que levam até Jesus de Nazaré para aprender a viver no Amor e fazer d’Ele uma missão permanente”, desenvolve.
Deste modo, realça o bispo de Angra, podem “oferecer esperança” aos idosos, aos doentes, mesmo os que estão em maior sofrimento, aos excluídos da sociedade, aos pobres e aos abandonados, aos emigrantes e aos prisioneiros.
D. João Lavrador realça que “o amor é vida, é alegria, é esperança” e é missão junto de todos os que imploram “os gestos concretos para saborearem nas Fontes da Vida a alegria plena”.
Segundo o bispo da diocese açoriana, ao longo da história “o principal problema da pessoa é a vida”: “Saber donde vem, para que se vive, para onde ela nos encaminha e como vivê-la com a plenitude de realização e de sentido”.
“Eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância”, do Evangelho de São João, é a frase que que dá o mote à mensagem de Natal.
“Este Menino que nos é apresentado no presépio é verdadeiramente o Filho de Deus que nos vem revelar não só a Deus, mas também o que o homem é em si mesmo, o sentido da sua existência, o valor da vida e o caminho do amor”, desenvolve.
D. João Lavrador assinala que a cultura atual “fechada num humanismo sem expressão da transcendência” é desafiada a abrir-se para o futuro que “liberta o presente e lhe dá sentido”, por isso, é interpelada a ver “os sinais da presença de Deus na história dos homens”.
O presépio onde encontramos a Palavra Eterna de Deus Encarnada na nossa história, na fragilidade de uma Criança, é o forte e surpreendente convite a todos para se encontrarem com a Fonte da Vida e n’Ela beberem da realização plena que se nos oferece”.
O bispo de Angra termina a “desejar a todos votos de um Santo e feliz Natal”, nomeadamente os idosos, os doentes, os emigrantes, os prisioneiros, os pobres e excluídos, na mensagem divulgada pelo sítio online “Igreja Açores”.