​Montenegro acusa Costa de “cobardia política”
21-04-2023 - 16:25
 • Manuela Pires , com redação

Questionado pelos jornalistas se é o momento para avançar com uma moção de censura, o líder do PSD não se compromete.

O líder do PSD, Luís Montenegro, acusa o primeiro-ministro de cobardia política quando se mantém em silêncio sobre a atuação de vários ministros sobre o caso TAP e o parecer jurídico que afinal não existe.

Em declarações em Sintra, no âmbito da iniciativa “Sentir Portugal”, Luís Montenegro voltou a apelar a António Costa para pôr ordem na casa. Questionado pelos jornalistas se é o momento para avançar com uma moção de censura, o líder do PSD não se compromete.

“O Governo é censurado pelo PSD desde o primeiro dia, porque nós não nos revemos nas políticas do Governo. Agora, começa a ser uma conclusão a extrair da incapacidade do primeiro-ministro em pôr ordem na casa. Ainda por cima com este silêncio, que representa o quê? Medo? Representa uma postura de cobardia política? O primeiro-ministro já não consegue justificar o que é que os seus ministros andam a fazer?”, afirma o líder do PSD.


Luís Montenegro diz que a cada dia que passa há mais membros do Governo que estão “diminuídos politicamente”, nomeadamente: os ministros das Finanças, das Infraestruturas, da Presidência e dos Assuntos Parlamentares.

“Qualquer dia o Governo passa a ser um clube de militantes do PS, que, em vez de gerirem o país, gerem apenas os interesses do PS”, alerta.

Questionado sobre a deliberação conhecida nas últimas horas, Luís Montenegro diz que não faz qualquer sentido tomar a decisão de demitir os gestores da TAP alegando justa causa e só depois ter os fundamentos para essa decisão.

“Imagem o que seria se qualquer um de nós, no nosso leque de ação, decidisse uma coisa e depois no dia seguinte pedisse: ‘tragam-me os fundamentos para aquilo que eu decidi ontem’”, afirma Luís Montenegro.

O líder do PSD diz que estamos perante uma “atitude ligeira, leviana, negligente, displicente de exercer as funções de Governo”.

“Eu creio que estamos a chegar a uma fase em que se torna quase irrecuperável”, remata.