A energia de Taylor Swift saiu do Estádio da Luz e espalhou-se pela Grande Lisboa. Isto porque durante os dois concertos da artista norte-americana, na passada semana, foi registada uma atividade sísmica atípica. É mesmo verdade: a atuação da cantora norte-americana fez abanar o chão de Lisboa. Não muito, mas fez: segundo dados recolhidos pela Faculdade de Ciências de Lisboa, houve mesmo registo de um sismo de 0.82 na escala de Richter no concerto de sábado, durante a canção "Shake it Off".
Os dados foram adiantados à Renascença pela sismóloga e investigadora do Instituto Dom Luiz, Susana Custódio, que colocou um dispositivo na Escola Básica Professor Delfim Santos, perto do local do concerto. A também professora da Faculdade de Ciências de Lisboa admite à Renascença que a equipa "tinha dúvidas de que o concerto seria bem registado", mas o resultado obtido "foi muito claro".
"O registro sísmico é muito bonito e foi também registrado em várias outras cidades com muita qualidade", completa a especialista.
Ao contrário do que acontece noutros recintos que receberam concertos da artista - e onde também foram colocados aparelhos para medir potenciais "mini-sismos" - não existem dados de outros espetáculos no Estádio da Luz que permitam fazer uma comparação direta quanto à intensidade da atividade sísmica. No entanto, Susana Custódio diz que "o concerto da Taylor Swift teve uma vibração com maior amplitude do que já analisamos em alguns jogos no Estádio de Alvalade".
No caso do futebol, "quando há um golo", há "um primeiro impulso quando o golo é marcado" e "um pacote de energia sísmica a chegar de maior amplitude" quando "as claques saltam de forma organizada", explica a mesma fonte.
"O que é incrível no concerto da Taylor Swift é que temos mais de três horas de um registo muito forte, com muita energia, algo que nós não assistimos habitualmente em sismologia", refere.
O "Swift Quake" já é fenómeno mundial
Esta já não é a primeira vez que a força dos "swifties" aparece nas medições das estações sísmicas. Em 2023, foi durante um concerto da cantora em Seattle que foi registado um sismo de magnitude 2.3 na escala de Richter, contou o sismólogo norte-americano Jackie Caplan-Auerbach à CNN.
Este valor bateu em 0.3 pontos o "Beast Quake", que resultou da celebração explosiva dos fãs do Seattle Seahawks depois do "touchdown" do jogador Marshawn “Beast Mode” Lynch, que foi decisivo para vencer o New Orleans Saints num jogo dos playoffs da liga de futebol americano (NFL).
O mesmo especialista contou que, apesar de o "Swift Quake" ter ultrapassado por uma curta margem o sismo de 2011, “o tremor sentido foi duas vezes mais forte do que o ‘Beast Quake’". "Duplicou completamente".
Este facto, também registado noutras cidades como Los Angeles, motivou sismólogos de todo o mundo a fazer o registo dos concertos da "The Eras Tour" nos seus países. Susana Custódio revela que "isto [registo da atividade sísmica dos concertos] está a ser feito para a tour de uma maneira geral em todo o mundo [...] é um assunto que atrai muita curiosidade".
A digressão vai continuar pela Europa. Depois de Portugal a artista passa por Espanha e pelo Reino Unido.