O Sindicato Independente dos Médicos anunciou esta sexta-feira uma greve nacional nos dias 25, 26 e 27 de julho, além de outras paralisações às horas extraordinárias e regionais.
De 24 de julho a 22 de agosto estão marcadas greves às horas extra nos cuidados de saúde primários e à produção adicional nos hospitais.
"Não desejamos a greve que hoje anunciamos", afirmou Jorge Roque da Cunha, do SIM, no final de uma ronda negocial com o Governo. Em causa estão as condições salariais destes profissionais de saúde.
"Não podemos aceitar acordos que não são justos", afirmou Roque da Cunha.
O SIM está disponível para continuar a negociar com o Ministério da Saúde, liderado por Manuel Pizarro, já a partir da próxima semana.
A Madeira não é abrangida pela greve regional "dada a atitude construtiva e respeitadora dos médicos que o Governo Regional tem tido e que permitiu a assinatura de Acordo com os Sindicatos", refere o SIM, em comunicado.
Fonte do Ministério da Saúde disse à Renascença que o SIM foi convocado para uma nova reunião na quarta-feira, 5 de julho, e a FNAM nos dias 7 e 11.
Calendário de greves do SIM:
1 - Greve nacional, nos dias 25, 26 e 27 de Julho;
2 - Greve regional no Centro, nos dias 9 e 10 Agosto;
3 - Greve nacional de Médicos Internos, nos dias 16 e 17 Agosto;
4 - Greve regional em LVT I, nos dias 23 e 24 Agosto;
5 - Greve regional no Alentejo, Algarve e Açores, nos dias 30 e 31 Agosto;
6 - Greve regional no Norte I, nos dias 6 e 7 Setembro;
7 - Greve regional em LVT II, nos dias 13 e 14 Setembro;
8 - Greve regional no Norte II, nos dias 20 e 21 Setembro;
9 - Greve às horas extra nos cuidados de saúde primários, de 24 de Julho a 22 de Agosto;
10 - Greve à produção adicional nos hospitais, de 24 de Julho a 22 de Agosto.
Fnam vai analisar proposta de valorização salarial
Já a Federação Nacional dos Médicos (Fnam) disse aos jornalistas, após uma reunião no Ministério da Saúde, que recebeu uma proposta de acordo de melhoria salarial que deixa "muitas dúvidas".
"Hoje foi-nos entregue uma proposta de acordo de princípio onde há alguma valorização salariais, mas que deixa muitas dúvidas em relação às condições de trabalho. A FNAM vai ter que analisar com muito cuidado. Isso vai ser feito amanhã, no Porto", declarou Joana Bordalo e Sá, da Fnam.
A Fnam tem uma greve agendada para 5 e 6 de julho e, no sábado, vai "tomar decisões sobre greves futuras, provavelmente em agosto", disse Joana Bordalo e Sá.
Já este sábado, o ministro da Saúde, Manuel Pizarro, reiterou o que diz ser a sua estranheza relativamente à paralisação anunciada pela Federação Nacional dos Médicos, especialmente perante uma "boa proposta do Governo para os médicos, mas sobretudo uma belíssima proposta para o Serviço Nacional de Saúde e para os portugueses".
"Pessoalmente, não acho muito lógico que se convoquem greves ao mesmo tempo que há reuniões de negociação marcadas, mas respeito, naturalmente, o direito de os sindicatos pensarem de outra forma", confessa Pizarro, à margem do 13.º Congresso Nacional de Cirurgia Ambulatória, em Santo Tirso.
[Notícia atualizada às 13h39 de 1 de julho de 2023]