O primeiro-ministro, António Costa, diz que "nada mais tem a acrescentar" sobre as acusações do ex governador do Banco de Portugal, que diz que sofreu de pressões do líder do Governo.
O ex-governador do Banco de Portugal Carlos Costa afirma que "é o próprio primeiro-ministro, António Costa, a confirmar uma tentativa de intromissão política no Banco de Portugal".
O antigo governador reitera o que estava no livro: a 12 de abril de 2016, o primeiro-ministro, António Costa, telefonou-lhe a dizer "que não se podia tratar mal a filha do presidente de um país amigo", numa alegada tentativa para não afastar Isabel dos Santos da administração do Banco EuroBic.
Em resposta, esta terça-feira, durante um ato oficial em Serralves, no Porto, António Costa não quis proferir nenhum comentário, repetindo aos jornalistas o que já tinha dito na semana passada: "Não tendo o Dr. Carlos Costa retrato e pedido desculpas pelas declarações que fez que são ofensivas do meu bom nome, da minha honra e da minha consideração eu já constitui mandatário para agir legalmente para repor esse direito. Quanto mais declarações ofensivas houver do meu bom nome, honra e consideração… eu nada mais tenho a acrescentar".
O primeiro-ministro acusa o ex-governador do Banco de Portugal de mentir, quando diz que foi alvo de pressões sobre Isabel dos Santos.
“As afirmações proferidas pelo Dr. Carlos Costa, para além de falsas, são ofensivas do meu bom nome, da minha honra e da minha consideração”, declarou António Costa.
“Como é próprio de um Estado de Direito, quando a honra de uma pessoa é ofendida, a pessoa tem direito a defender-se e é no local próprio, nos tribunais e é isso que farei”, salientou em declarações aos jornalistas.
O livro “O Governador”, publicado pela Dom Quixote, resulta de um conjunto de entrevistas do jornalista do Observador Luís Rosa a Carlos Costa, que liderou o Banco de Portugal entre 2010 e 2020, e tem causado polémica.
O primeiro-ministro, António Costa, já afirmou que irá processar o ex-governador do Banco de Portugal por ofensa à sua honra, depois de, no livro, o antecessor de Mário Centeno ter relatado que foi pressionado pelo chefe do Governo para não retirar Isabel dos Santos do BIC.