Uma criança morreu e mais oito pessoas estão desaparecidas na sequência do naufrágio de um barco no Mediterrâneo perto da costa da ilha italiana de Lampedusa.
A confirmação foi dada pelas autoridades italianas após o naufrágio de um barco que carregava cerca de 50 pessoas. Segundo Antonio Tajani, ministro dos Negócios Estrangeiros italiano, a guarda costeira e uma pequena embarcação de pesca conseguiram resgatar 42 pessoas, incluíndo a criança de dois anos, que acabaria por morrer durante a viagem até à ilha.
Oito pessoas continuam desaparecidas e decorrem buscas no Mediterrâneo para tentar localizá-las. Há vários barcos e helicópteros envolvidos na operação. Das oito pessoas desaparecidas, há relatos que duas poderão ser crianças.
A Lampedusa tem sido ponto de chegada à Europa para milhares de migrantes nos últimos meses.
De acordo com o "The Guardian", 11 embarcações deram à costa da pequena ilha italiana nos últimos dias com mais de 800 pessoas a bordo. Transportavam pessoas do Egito, Síria, Iraque, Marrocos, Paquistão e Bangladesh.
Este ano, cerca de 150 mil migrantes chegaram à Itália, um aumento considerável dos 94 mil reportados na mesma altura no ano passado.
Giorgia Meloni, primeira-ministra italiana, anunciou este mês um "acordo histórico" com a Albânia para receberem os migrantes. O acordo envolve a criação de espaços capazes de receber até três mil pessoas e apenas é destinado a quem for resgatado no mar.
A União Europeia mostrou surpresa com o acordo e pediu mais informações ao governo italiano, mas há críticas de várias organizações humanitárias.
Portugal já se mostrou disponível para acolher "alguns migrantes" que chegam à Lampedusa, no âmbito do mecanismo de solidariedade da União Europeia, segundo o Governo, observando a situação de "grande pressão" em Itália.
"Portugal, já no passado, assumiu um compromisso no âmbito do mecanismo voluntário de solidariedade europeu. Temos sempre expressado a nossa solidariedade e a disponibilidade para acolher migrantes quando estas situações ocorrem", disse o secretário de Estado dos Assuntos Europeus, Tiago Antunes.