A Associação Sindical dos Profissionais de Polícia (ASPP) convida os portugueses a juntarem-se à manifestação da próxima quinta-feira, e também desafia várias outras classes profissionais a fazerem o mesmo, sobretudo nas áreas da saúde, da educação e da justiça.
Mas o maior sindicato da PSP não quer oportunismos políticos e, por isso, pede aos partidos, em especial ao Chega, que fiquem longe do protesto.
A ASPP considera que os problemas de segurança são transversais a toda a sociedade, razão pela qual convida “as populações a juntarem-se a esta luta, porque são os que vão sofrer mais os impactes caso nada seja feito”.
O dirigente sindical Paulo Santos explica que o desafio desta carta aberta é para todos “os cidadãos consumidores de segurança nos hospitais, nas escolas, nas zonas de diversão”, mas alargado também “a várias estruturas sindicais que representam os profissionais da medicina, da educação, da justiça, e outras”.
Um apelo que tem, no entanto, condições e limites. O presidente da ASPP não quer que a manifestação seja politicamente instrumentalizada.
Em declarações à Renascença, lembra que “a ASPP sempre esteve disponível para reunir e conversar com todos os partidos e grupos parlamentares”, mas também sabe que “qualquer instrumentalização ou oportunismo político podem desvirtuar ou prejudicar a luta dos profissionais de polícia”.
Paulo Santos diz que “a pior coisa que pode acontecer, e os polícias têm que saber isso, é perdermos a essência da nossa luta e a capacidade de organizarmos a nossa própria luta”.
Instado pela Renascença a clarificar se o apelo tem como destino André Ventura e o Chega, o sindicalista diz que “quando levantamos este assunto não endereçamos a mensagem a ninguém em particular, mas é público que o partido Chega pretende fazer parte da manifestação agendada para 24 de novembro”.
O apelo serve para todos, diz Paulo Santos. “Consideramos que os problemas da polícia não podem ser secundarizados pela imposição de outras questões, de um ou outro partido, ou de quem tenha a pretensão de subverter tudo e anular as questões importantes para os profissionais da PSP”, sublinha.
Esta manifestação de polícias está marcada para a próxima quinta-feira, a partir das 17h00, em Lisboa. Irá ligar o Largo Camões à Assembleia da República.