O novo administrador do grupo Volkswagen, Matthias Mueller, avisou esta terça-feira os trabalhadores da empresa que as mudanças vão ser dolorosas, na sequência do escândalo de manipulação das emissões poluentes nos veículos a gasóleo.
“Estão em perspectiva soluções técnicas aos problemas. Contudo, as consequências financeiras e empresariais ainda não estão clarificadas”, alertou na reunião que manteve na sede do grupo, na Alemanha, segundo o comunicado divulgado pela empresa.
“Por isso, todos os investimentos planeados vão ser revistos e tudo o que não for urgente será eliminado ou adiado. Vamos ajustar o nosso programa de eficiência”, acrescentou, frisando: “Vou ser muito franco: vai doer.”
Do lado dos trabalhadores, o chefe do conselho laboral na Volkswagen, Bernd Osterloh, reconheceu que terá de se “pôr em causa tudo o que não é de cariz económico”.
Num encontro que reuniu mais de 20 mil funcionários, Bernd Osterloh defendeu, por outro lado, que “juntos conseguiremos convencer os mercados financeiros da força da
Volkswagen” e apelou a trabalhadores e gestores que lutassem juntos para ultrapassar esta que é a pior crise que o grupo enfrentou nos seus 78 anos de história.
A Volkswagen está sob pressão depois de se saber que falseava os resultados das suas emissões poluentes nos veículos a gasóleo. Cerca de 11 milhões de viaturas em todo o mundo estão afectadas pelo escândalo, oito milhões das quais na Europa. O caso levou à demissão do anterior administrador, Martin Winterkorn.
A Volkswagen emprega 60 mil pessoas na sua principal fábrica, na Alemanha.
O escândalo manchou o nome da marca, deixando-a exposta a milhares de milhões de dólares em multas nos Estados Unidos, com investigações desde a Noruega até à Índia, e que desvalorizou a empresa num terço do seu valor em bolsa numa semana.