O Governo prevê uma taxa de desemprego de 9,6% e um recuo no Produto Interno Bruto (PIB) 6,9% neste ano. Em 2012, a economia deverá crescer 4,3%.
As previsões constam do cenário macroeconómico que integra o Programa de Estabilização Económica e Social (PEES). A resolução do Conselho de Ministros que aprova este programa foi publicada no sábado à noite no suplemento do Diário da República e inclui as previsões do Governo para 2020 e 2021 que não tinham sido apresentadas na quinta-feira, na conferência de imprensa que se seguiu à reunião do executivo.
Em termos de desemprego, o Governo prevê uma taxa de 8,7% no próximo ano.
"Em virtude do efeito das medidas de apoio ao emprego adotadas [no âmbito da pandemia da Covid-19], estima-se que a redução no emprego seja significativamente inferior à redução do PIB", lê-se nas explicações que acompanham o quadro macroeconómico.
Segundo dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) citados no documento, em 2019, a taxa de desemprego foi de 6,5%.
A maior contração das últimas décadas
“Para 2020, perspetiva-se uma forte contração da economia portuguesa, em resultado do choque económico provocado pela pandemia da doença Covid-19 e das medidas de contenção implementadas. Neste contexto, prevê-se uma queda abrupta na taxa de variação real do PIB [Produto Interno Bruto] para 6,9%, a maior contração de que há registo nas últimas décadas”, lê-se no documento do Governo.
O executivo estima que o impacto ocorra principalmente no segundo trimestre do ano, “após a quebra de 2,3 % registada no primeiro trimestre de 2020”.
Em 2019, o crescimento do PIB foi de 2,2%, segundo dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) citados no documento.
Também por causa da pandemia e do confinamento a que grande parte do mundo esteve sujeito, as exportações portuguesas devem cair 15,4% este ano.
Para 2021, a previsão é de um crescimento de 8,4%.
Na terça-feira, o Governo apresenta a proposta de Orçamento Suplementar deste ano.