A notícia apanhou de surpresa o Grupo dos Amigos de Olivença (GAO). A publicação Rayanos Magazine, de Valência de Alcântara, Badajoz, revela, esta quinta-feira, que vai ser permitido aos habitantes de Olivença com dupla nacionalidade votar em Portugal, nas Legislativas do próximo domingo.
“É um acontecimento de aproximação e marcante”, diz à Renascença o presidente do GAO, Rui Carrilho. "O GAO já tinha o solicitado à Comissão Nacional de Eleições, por escrito, pelo que até já devia ter acontecido mais cedo", acrescenta.
A publicação da Extremadura espanhola fala em meio milhar de oliventinos que receberam uma carta e um boletim de voto para poderem exercer o direito de voto em Portugal, a 6 de outubro, ainda que, de acordo com Rui Carrilho, sejam muitos mais, aqueles que se preparam, também, para pedir a cidadania portuguesa.
“É a aproximação da população oliventina ao seu passado e esta situação acaba por ser o expoente máximo dessa vontade expressa, para já, por meio milhar de pessoas. Mas os dados que temos permitem dizer que são mais, várias centenas de pessoas, e não só em Olivença, mas nas aldeias históricas que também estão a pedir nacionalidade portuguesa”, afiança.
“Isto não se cinge apenas a este pedido de nacionalidade, mas significa também uma aproximação cultural e linguística que as pessoas de Olivença estão a querer fazer a Portugal”, acredita Rui Carrilho.
O presidente do Grupo dos Amigos de Olivença lamenta que “não exista um canal de comunicação” entre Portugal e Espanha, e que esta questão de disputa do território de Olivença continue “dormente”.
“É um processo lento por força da não vontade do Estado português em reivindicar Olivença como território português sob administração estrangeira, neste caso sob administração do reino de Espanha”, recorda o presidente do GAO, convicto que que a “razão nos assiste”.
À Renascença, o mesmo responsável mostra-se “muito satisfeito e surpreendido” com a notícia desta quinta-feira, revelando que vai desenvolver contactos com os oliventinos para saber como se vai desenvolver, em termos práticos, o ato eleitoral.
“O ideal seria que os oliventinos pudessem votar em Olivença, mas deduzimos que a urna seja instalada em Elvas, a localidade portuguesa mais próxima”, refere.
“Vamos agora desencadear os contactos com os oliventinos para perceber o conteúdo da carta que receberam, como vão votar, e perceber a sensibilidade deles, seguramente, será de alegria e euforia”, acrescenta o presidente do GAO.