As cinco ativistas detidas no Ministério da Economia na terça-feira à tarde aceitaram esta quarta-feira a suspensão do processo judicial; em troca, vão realizar 40 horas de trabalho comunitário.
"Aceitámos a suspensão provisória do processo e vamos fazer 40 horas de trabalho comunitário, que ainda não ficou definido", disse Leonor, uma das ativistas, em declarações à Renascença.
O grupo de ativistas destaca que aceitar este acordo não equivale a assunção de culpa. "O crime de que fomos acusadas foi de desobediência, mas isto não significa que assumimos o crime, é um acordo entre partes. Não é crime lutar pelo futuro", adiantou Leonor.
A mesma ativista explicou que optaram por aceitar o acordo porque "temos de nos preparar para as [manifestações] Ocupa da primavera, temos de pôr a nossa energia nas ruas, cuidar um dos outros e planear novas ações".
"Além disto, achámos que seria mais estratégico investir energia no processo dos quatro detidos na Faculdade de Letras de Lisboa e garantir que ganhamos e que as ativistas são ilibadas", adiantou.
As cinco ativistas ontem detidas após se terem colado ao chão na entrada do Ministério da Economia, onde decorria uma manifestação exigindo a demissão do ministro, foram presentes esta manhã a tribunal, no Campus da Justiça, em Lisboa.
Depois de detidas, as cinco jovens tinham sido notificadas pela polícia para se apresentarem às 10h de hoje no Tribunal de Pequena Instância Criminal, onde foram ouvidas pelo Ministério Público.
O caso segue-se a um outro envolvendo quatro jovens que, na passada segunda-feira, foram detidos durante um protesto climático na Faculdade de Letras, em Lisboa.
Este grupo optou que o caso siga para julgamento sem aceitar a suspensão do processo mediante condições impostas pelo MP, alegando que tal corresponderia a assumir uma conduta que acreditam que não tiveram.
[atualizado às 12h48]