Depois de algumas semanas a descer de preço, o petróleo bruto (“crude”) voltou a subir. Assim como o gás natural. E anunciam-se subidas da eletricidade. Por outro lado, como praticamente não tem caído chuva, a seca agravou-se.
Não é só Portugal que sofre de seca – ela afeta grande parte da Europa. Só que temos sido mais hesitantes e lentos a lançar campanhas de poupança de água e de energia.
Vários municípios, forçados pela escassez de água, avançaram para medidas de poupança, incluindo combater perdas e fugas nas redes de abastecimento de água; perdas que em 2019 chegaram quase a 30%. Mas a nível nacional continuamos à espera de campanhas de sensibilização das pessoas e das empresas para a necessidade de poupar água e energia. E de medidas concretas de poupança.
Pelo contrário, em Espanha nesta matéria já se avançou. Vários governos das autonomias regionais e municípios cortam o abastecimento de água durante algumas horas noturnas; assim como proíbem chuveiros nas praias e uso de água para lavagem de carros, por exemplo.
Quanto à poupança de energia, o governo espanhol determinou que o ar condicionado não deve descer abaixo dos 27 graus centígrados no verão nem subir acima dos 19 graus no aquecimento de inverno. Estas restrições aplicam-se a edifícios públicos, bem como a espaços culturais (como salas de cinema, museus, auditórios, etc.), aeroportos, estações e gares de comboios e de autocarros, espaços comerciais (na hotelaria e restauração, sobretudo), etc. Também foram decretados cortes na iluminação de montras comerciais e monumentos a partir das 22 horas.
Estas medidas levarão muitas pessoas, em Espanha, a tomarem consciência da necessidade de gastarem menos água e menos eletricidade. É de uma mobilização deste tipo que Portugal precisa. Ela virá, certamente, mas é pena que demore tanto tempo a ser concretizada, levando a que muitas poupanças possíveis de água e de energia se percam.