A última sexta-feira de novembro é dia de fortes promoções (e até emoções) por causa desta tradição importada da celebração do Dia de Ação de Graças nos Estados Unidos: a Black Friday.
Muitas marcas já alargam os descontos a todo o fim-de-semana ou mesmo à última semana do mês, e há ainda quem reduza os preços na Cyber Monday, a segunda-feira seguinte. Mas há pormenores a que deve estar atento para que o sonho não se torne em pesadelo.
Como garanto que o preço indicado está em desconto?
A Direção-Geral do Consumidor recomenda atenção e prevenção. O ideal é que os consumidores “verifiquem antecipadamente os preços na loja e na internet para poderem avaliar a relação entre o preço e o desconto praticado”.
Existe alguma forma de comparar os preços?
A Deco disponibiliza um comparador de preços, que mostra a evolução do valor do produto nos últimos três meses.
Basta ir ao site da Associação de Defesa do Consumidor e pesquisar pelo nome do produto, pela loja ou pelo endereço eletrónico do que quer comprar. A Deco diz se recomenda a compra e mostra a evolução do preço nos últimos sete dias, mês e três meses.
Uma pechincha ou uma oportunidade?
Mesmo que esteja mais barato, deve sempre questionar se precisa desta compra ou é mais um artigo para encher a casa e esvaziar a carteira. A Deco recomenda ainda que dê atenção à qualidade do produto – o menor preço nem sempre aponta para a melhor opção.
Compensa comprar a crédito ou prestações?
Avalie com atenção as condições da compra. Várias marcas já oferecem campanhas com vendas sem juros, mas garanta que o somatório das prestações corresponde ao preço indicado. Comprar com cartão de crédito nunca é um bom negócio, o desconto deverá desaparecer, anulado pelos juros.
Posso devolver depois do Natal?
Antes de gastar o dinheiro, confirme sempre as condições de troca e devolução dos produtos. Embora a maioria das compras nesta altura tenha como destino o Natal, os comerciantes não são obrigados a estender os prazos até ao final do mês.
Em compras pela internet, tem até 14 dias para devolver o produto, mas se o levantar na loja esta data pode ser diferente. Nas lojas físicas, as devoluções só são obrigatórias em condições excecionais – é o caso de produtos com defeito. Em todas as situações, o vendedor pode estabelecer regras específicas para esta época.
O que devo fazer se encontrar publicidade agressiva ou enganosa?
São “práticas proibidas” e, por isso, deve enviar uma reclamação para a Direção Geral do Consumidor, o organismo competente, através do Livro Eletrónico de Reclamações.
A Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) também é acionada, enquanto fiscalizadora das regras que regulam a redução de preços. Entre 2019 e outubro deste ano, a ASAE detetou uma taxa de incumprimento de 9% nas lojas físicas e de 6% online.
Qual a melhor forma de pagamento?
Para garantir que não é vítima de um cibercrime, o melhor é pagar em dinheiro vivo. No entanto, se a compra for online terá mesmo de confiar nos pagamentos à distância.
A melhor forma de prevenir que não é burlado é seguir algumas regras simples:
. Evite redes wi-fi partilhadas ou públicas;
. Nunca partilhe dados bancários em redes que não considera seguras;
. Antes de preencher qualquer informação, confirme o endereço;
. Prefira sempre o acesso direto, através do website oficial, para evitar páginas falsas;
. Desconfie de promoções bombásticas e produtos quase de borla;
. Não abra anexos ou clique em links em emails de bancos, aplicações de pagamento online, ou sites de compras, sobretudo se o remetente insistir no assunto;
. Rejeite mensagens e e-mails com ofertas, que nem sempre são identificados como spam.
Segundo a empresa internacional de cibersegurança Kaspersky, antes da Black Friday as fraudes com pagamentos online aumentaram 208%. Nos primeiros 10 meses deste ano, foram detetados mais de 40 milhões de ataques, só entre setembro e outubro as tentativas de phishing duplicaram, passaram de mais de 627 mil para quase dois milhões de ataques.